Governo retirou das Forças Armadas importantes – e bilionários – programas pela soberania nacional. Militares desconfiam de projetos eleitorais
Leandro Mazzini
A caserna está inquieta com o Governo, e os ecos reverberam nos altos gabinetes das Forças Armadas. Há um embate velado entre o Palácio e os militares que remete, na visão dos oficiais, a um propósito político-eleitoral. O Governo articulou para retirar do Exército a tutela do bilionário programa Calha Norte, criado no Governo Sarney para ações sócio-estruturantes nas comunidades ribeirinhas e isoladas da Amazônia. Agora, foi passado ao poder do Ministério da Integração Nacional. Os militares passam de protagonistas a empregados do ministério, e não há certeza de que haverá o braço forte neste trabalho. O Exército também perdeu para um núcleo de pastas da área social da Esplanada o comando da Operação Acolhida, da entrada – e incessante – de venezuelanos pela fronteira em Roraima. Nos bastidores dessas duas ações, há desconfiança dos militares de que o Governo do PT não quer protagonismo das Forças para operar eleitoralmente os programas. As eleições de 2026 serão o teste da verdade.
MB: R$ 2 mi para ações secretas
A assessoria parlamentar da Marinha do Brasil solicitou ao Congresso Nacional R$ 2 milhões de emendas parlamentares para operações secretas. Entre os argumentos, aponta ações sigilosas para combate ao tráfico de entorpecentes. Dados oficiais são claros: a cada dia mais surgem apreensões da Polícia Federal de cargas de cocaína e outras drogas nos portos do Brasil. O tráfico marítimo é a principal rota de saída e chegada dos produtos. A verba é imprescindível. A Marinha já vai estrear em breve o submarino de propulsão nuclear – que pode fazer a rota Rio-Salvador em apenas dois dias – e fortalecer a fiscalização de embarcações da costa.
ISTO É – Edição: Montedo.com
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