Estiagem na Amazônia aumenta custos de operação das Forças Armadas nas eleições municipais

Quase 5 mil militares estão sendo enviados a 657 locais de votação

 

Emile de Souza
O general do Comando Militar da Amazônia (CMA), Augusto Costa Neves, informou que as operações das Forças Armadas estão tendo maior efetivo e custo devido à estiagem. O Exército Brasileiro, a Força Aérea e a Marinha do Brasil apresentaram na manhã desta quinta-feira (03/09), o efetivo de 4.920 militares para atuar em 657 locais de votação nas eleições municipais da Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima).

A operação inclui o transporte de urnas para 27 municípios e 127 comunidades. Será empregada uma frota de 218 viaturas, 66 embarcações e 13 aeronaves, sendo cinco aviões e oito helicópteros. Já na atuação de segurança, serão 49 municípios da Amazônia Ocidental atendidos.

(Foto: Nilton Ricardo (freelancer))

Dessas localidades, 17 municípios estão no Amazonas, totalizando 76 comunidades. Nas ações de segurança, estão sendo atendidos 32 municípios e um total de 608 locais de votação.

O comandante do CMA, general Costa Neves, ressaltou que o preparo para atuar nas eleições em meio a estiagem está sendo planejado desde março para que tivesse sucesso na realização do pleito.

“Nós temos a certeza que todos os detalhes iam ser cobertos, todas as condições ideais para esse show da democracia, que é a eleição, ocorra de uma maneira impecável. As Forças Armadas, Marinha, Exército e Força Aérea, de uma forma muito coesa, de uma forma muito integrada à nossa sociedade, se preparou para essa missão”, afirmou o general.

Questionado se o efetivo tem um número superior ao da eleição municipal anterior, o general informou que sim e que é uma forma de dar assistência aos municípios isolados do estado.

“O efetivo é um pouco maior em função dessa característica, não tem como negar. Tem muitos locais que nós tínhamos acesso pelos rios e agora temos que chegar utilizando meios aéreos, mas nós temos essa capacidade, nós temos essa presença em toda a Amazônia Ocidental” destacou Costa Neves.

Com o aumento do efetivo e das atividades, Costa Neves também confirmou que o custo da segurança das eleições cresceu, mas que foi planejado desde março devido aos alertas da estiagem.

(Foto: Nilton Ricardo (freelancer))

“Sem dúvida nenhuma, todo o desdobramento da nossa tropa, o apoio logístico que nós estamos prestando também para o deslocamento de urnas. Tudo requer o aporte financeiro correspondente. Mas nós não temos problemas com isso. Tudo foi atendido perfeitamente e completamente para que nós pudéssemos cumprir as nossas tarefas”, disse o comandante do CMA.

O general afirmou que apesar do desafio da estiagem ser maior, as Forças Armadas têm efetivo e preparo para garantir o bom andamento do pleito.

“Apesar de todas as dificuldades, apesar de nós estamos vivendo esse período de seca muito intensa aqui no Amazonas, a estrutura logística das Forças Armadas, o efetivo, a nossa presença em praticamente toda a Amazônia Ocidental nos permite cumprir essa missão de uma maneira adequada. Nós temos quase 5 mil homens e mulheres empenhadas das Forças Armadas, empenhadas nessa tarefa”, afirmou o comandante.

Com a proximidade da votação, o interior do Amazonas começou a registrar casos de violência e brigas generalizadas. Quanto a isso, o comandante afirmou que cada força policial terá um papel nas eleições e que nesses casos a Polícia Militar (PM), a Polícia Civil (PC) e Polícia Federal (PF) estarão atuando.

“A nossa missão é, em termos logísticos, de transporte de urnas e na garantia da votação. Esta é a nossa tarefa ali com as autoridades eleitorais. Dos diversos municípios para cumprimos a nossa tarefa de garantia da votação. A segurança pública permanece sob o encargo das forças policiais, municipais, estaduais e federais”, ressaltou.

Nas questões logísticas, a Força Aérea iniciou no dia 28 de setembro o transporte antecipado de urnas. O comandante do 7º Comando Aéreo Regional, major Brigadeiro, informou que todos os esforços estão sendo empregados para levar urnas e efetivo aos locais afetados.

“Nós mobilizamos vários meios aéreos para tentar, efetivamente, suprir essa dificuldade, que é a ausência do aspecto fluvial hoje em boa parte da região amazônica que está seca”, informou.

O major afirmou que a Aeronáutica realizou planejamento para que as urnas e os militares que fossem impedidos de chegar via fluvial, fossem enviados em aeronaves.

“A gente fez um planejamento muito próximo junto com o nosso tribunal regional tanto daqui quanto do Acre para a distribuição das urnas e estamos utilizando as aeronaves de Asa Fixa. Bem como os helicópteros, tanto o nosso, quanto o do Exército, quanto a Marinha do Brasil para distribuir isso aí naquelas localidades efetivamente de difícil acesso”, ressaltou o comandante.

O major destacou que na parte central do estado, a região de Coari, Lábrea e localidades próximas já foram atendidas e que o Sul do Amazonas está recebendo a atenção devida, por ser “a parte mais crítica”.

Já a Marinha do Brasil ficará com efetivo para segurança de três municípios do Amazonas. O Contra-Almirante Alexandre Itiro Villela Assano – Chefe do Estado Maior do Comando do 9º Distrito Naval é encarregado da seção de logística da Marinha e informou que esse preparo também foi feito com antecedência.

“A Marinha do Brasil vai estar presente nos municípios de Manaus e Itacoatiara, na área urbana, e também na zona rural de Parintins. Estamos nos deslocando, o nosso trem logístico começou a se deslocar no domingo passado”, afirmou.

Alexandre Villela também ressaltou que navios e helicópteros estão sendo empenhados nas atividades.

“Ontem e hoje saíram quatro navios e dois helicópteros e três equipamentos de fuzileiros navais que vão atender esses municípios”, ressaltou.

acrítica.com – Edição: Montedo.com

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