Ex-presidente foi barrado na seleção das forças especiais do Exército, acusadas de tramar golpe em 2022
Bernardo Mello Franco
Jair Bolsonaro carrega algumas frustrações da carreira militar. Uma das maiores é o fato de não ter sido aceito nas forças especiais do Exército.
O ex-presidente se candidatou duas vezes ao Curso de Ações de Comandos, que forma os chamados kids pretos. Fracassou nas duas tentativas.
O próprio Bolsonaro expôs o desapontamento em julho de 2019, ao participar de uma sessão solene da Câmara em homenagem à tropa de elite do Exército.
— Meus amigos forças especiais: não cheguei até lá. Tentei por duas vezes fazer o curso de comandos, mas nos exames preparatórios, que não foram os físicos, fui deixado para trás — lamentou.
— Gostaria de ter tentado o curso de comandos e uma vez aprovado, sabendo da dificuldade do curso, tentar ser forças especiais lá atrás. Não tive sucesso — disse o capitão.
Um dos oradores da sessão foi o general Mario Fernandes, então comandante de Operações Especiais. Ele foi preso na terça-feira passada, acusado de planejar os assassinatos do presidente Lula, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes.
Dias depois da solenidade de 2019, Bolsonaro visitou o batalhão das forças especiais, em Goiânia. O então presidente teve a chance de ser kid preto por um dia. Entre outras atividades, fez tiro ao alvo e testou um simulador de queda livre.
Durante a visita, Bolsonaro realizou um sonho frustrado em sua carreira: ganhou o gorro preto das forças especiais, decorado com o emblema de uma caveira atravessada por uma faca.
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