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Anderson Dias
No contexto onde as Forças Armadas desempenham papel essencial na defesa da soberania nacional, a cobertura midiática recente sobre os gastos militares no Brasil revela um viés preocupante. Reportagens que comparam superficialmente o orçamento brasileiro ao da Superpotências como os Estados Unidos têm ignorado fatores fundamentais, oferecendo uma visão distorcida da realidade.
Essa abordagem, muitas vezes alinhada a interesses, partidários, que buscam descredibilizar as Forças Armadas, em especial o Exército Brasileiro, subestima a importância estratégica das Forças Armadas para um país com as dimensões e os desafios geopolíticos do Brasil.
Uma análise divulgada recentemente destacou que 78% do orçamento militar brasileiro, de aproximadamente R$ 77,4 bilhões em 2024, é destinado a gastos com pessoal. Em contrapartida, o percentual dos Estados Unidos é de cerca de 22%. O dado, apresentado sem contexto, parece indicar uma suposta ineficiência no uso dos recursos brasileiros. No entanto, essa comparação é inverídica. Ignora que o orçamento total das Forças Armadas brasileiras corresponde a apenas 1,1% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto o dos Estados Unidos alcança 3,4%.
Se o Brasil aplicasse o mesmo índice norte-americano, o orçamento destinado à defesa seria de aproximadamente R$ 363,8 bilhões, dentro do ano de 2024. Nesse cenário, mesmo mantendo os mesmos gastos com pessoal, a proporção alocada a essa finalidade cairia para cerca de 21,3%, comparável aos níveis norte-americanos. Assim, a disparidade nos percentuais reflete mais a diferença nos valores absolutos do orçamento do que uma má gestão dos recursos.
Além disso, o Brasil enfrenta demandas militares únicas. O território nacional inclui a Amazônia Verde, um bioma essencial para a sustentabilidade planetária, e a Amazônia Azul, uma vasta área marítima rica em recursos naturais e estratégicos. A defesa dessas regiões requer investimentos em tecnologia, infraestrutura e equipamentos modernos, áreas historicamente negligenciadas devido ao orçamento limitado. Comparar o Brasil com os Estados Unidos sem considerar essas especificidades é desonesto e manipula a percepção pública.
Outro ponto crucial ignorado pela cobertura midiática é o papel das Forças Armadas na garantia da soberania nacional. Os desafios fronteiriços complexos, a defesa nacional é uma prioridade estratégica. Ainda assim, o orçamento das Forças Armadas permanece aquém das necessidades. Enquanto os Estados Unidos destinam cerca de US$ 916 bilhões à defesa em 2023, o Brasil alocou apenas US$ 22,9 bilhões. Essa diferença drástica compromete a capacidade de modernização e preparação das Forças Armadas brasileiras.
Assim há indícios de que essa abordagem enviesada da mídia faz parte de um movimento orquestrado para enfraquecer a credibilidade das instituições militares. Inspirada por visões de esquerda, essa estratégia utiliza a desinformação para criar um “bode expiatório”, culpando as Forças Armadas por problemas estruturais e econômicos que têm raízes mais profundas. Em vez de questionar por que o orçamento militar é insuficiente para atender às demandas estratégicas do Brasil, essas reportagens promovem uma narrativa que associa os gastos militares a uma suposta ineficiência.
Se o objetivo fosse uma análise séria e equilibrada, a cobertura deveria enfatizar a necessidade de fortalecer as Forças Armadas, propondo um aumento no orçamento compatível com as demandas nacionais. Países que valorizam suas instituições militares, como os Estados Unidos, compreendem que a defesa é um pilar essencial para a segurança e o desenvolvimento. Nesse sentido, a mídia deveria atuar como um agente construtivo, incentivando debates sobre a modernização e valorização das Forças Armadas brasileiras.
A defesa da soberania e da integridade territorial do Brasil não pode ser comprometida por narrativas desinformadas ou por interesses ideológicos. É imprescindível que a sociedade reconheça a importância das Forças Armadas e que haja um esforço conjunto para garantir que elas tenham os recursos necessários para cumprir seu papel estratégico. Afinal, em um cenário global instável, instituições militares fortes são a última linha de proteção para qualquer nação.
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