O PSOL pediu recentemente a extinção da unidade após os últimos acontecimentos envolvendo “kids pretos”, como são chamados os militares da “tropa de elite” da Força Terrestre.
Alexandre Magnani
O recente pedido do PSOL para a extinção do Comando de Operações Especiais do Exército Brasileiro (COpEsp) é uma ação que merece reflexão crítica por suas potenciais consequências para a segurança nacional e o papel estratégico das Forças Armadas. Propostas desse tipo, ao questionarem a existência de unidades altamente especializadas, ameaçam a capacidade operacional do Brasil de responder a cenários de crise que envolvem segurança interna e defesa de interesses nacionais.
Os batalhões de Operações Especiais, como o COpEsp e o Batalhão Tonelero do Corpo de Fuzileiros Navais, representam o ápice de treinamento e preparação militar. Eles operam em situações de alta complexidade, que vão desde o combate ao terrorismo até missões de resgate e apoio em desastres naturais.
Extinguir ou enfraquecer essas forças seria eliminar um ativo indispensável que levou décadas para ser estruturado e refinado, envolvendo recursos humanos e tecnológicos valiosos. Além disso, esse tipo de tropa desempenha um papel crucial no cenário internacional, projetando poder e protegendo os interesses brasileiros em missões de paz e operações multinacionais.
O contexto político que envolve essa proposta também deve ser analisado. Para setores mais alinhados à esquerda, as Forças Especiais frequentemente são vistas como obstáculos para projetos ideológicos, especialmente por seu caráter independente e apolítico.
Esse mesmo tipo de pressão já foi observado anteriormente na desmobilização dos Comandos de Operações Especiais da Polícia Rodoviária Federal (PRF) pelo atual governo, um movimento que resultou em lacunas na segurança pública, como o aumento de crimes como o roubo de cargas em rodovias estratégicas. É preocupante que essa proposta não apenas enfraqueça as Forças Armadas, mas possa abrir precedentes para iniciativas semelhantes em unidades estaduais, como os BOPEs e ROTAs, essenciais na segurança pública urbana.
Mais do que uma decisão técnica, o pedido de extinção parece estar ancorado em disputas ideológicas e eleitorais. Por trás da retórica de “desmilitarização” ou “reequilíbrio de forças”, há o risco de comprometer instituições que garantem a estabilidade e a ordem em cenários críticos. Essa desmobilização pode levar a um cenário em que o Estado perde parte de sua capacidade de resposta, tornando-se refém de crises que antes eram administráveis.
A defesa da existência e da autonomia do COpEsp e de outras forças similares deve ser feita com responsabilidade e sem paixões partidárias. As Forças Especiais pertencem ao Estado, não a governos ou partidos. Fragilizá-las é um equívoco que pode ter custos irreparáveis para a soberania nacional e a segurança dos brasileiros. Propostas como essa devem ser jogadas na lata de lixo para que o Brasil continue a ser capaz de proteger seus cidadãos e seus interesses estratégicos em um mundo cada vez mais instável.
DEFESA EM FOCO – Edição: Montedo.com
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