Forças Armadas querem dobrar a participação de mulheres nos seus quadros em dez anos; alistamento feminino inicia nesta quarta

 

Meta é elevar a participação feminina para 20% em uma década

Brasília – A partir desta quarta-feira,  1º de janeiro, inicia o alistamento voluntário para o Serviço Militar Inicial Feminino (SMIF). O recrutamento, exclusivo para  mulheres nascidas no ano de 2007, vai até o dia 30 de junho de 2025 na página eletrônica Alistamento Militar Online – Serviço Militar Inicial Feminino ou, presencialmente, nas Juntas de Serviço Militar, sendo possível servir na Marinha, Exército ou Aeronáutica.

Inicialmente, o SMIF estará disponível em 29 municípios de 14 Unidades Federativas, com 1500 vagas destinadas às mulheres para incorporação em 2026. A relação completa de municípios com vagas abertas para o alistamento feminino pode ser verificada no Plano Geral de Convocação, que regula as condições de alistamento, seleção e incorporação nas Forças Armadas:

PLANO GERAL DE CONVOCAÇÃO – SMIF

Dobrando a meta
O Exército deseja dobrar a participação feminina entre seus quadros na próxima década. A ideia é que a taxa feminina entre os militares, que atualmente é de 10,52%, chegue a 20% em um dez anos.

A meta foi detalhada pelo Ministério da Defesa, em Brasília, em evento convocado para explicar o inédito alistamento militar feminino. A primeira turma vai começar em 2026 – a incorporação poderá ocorrer em março ou agosto. Entre janeiro e junho de 2025, as mulheres que completarem 18 anos poderão se alistar de forma voluntária. A iniciativa vai reservar 1.465 vagas (155 na Marinha, 1.010 no Exército e 300 na Aeronáutica) em 28 cidades em 13 Estados, além do Distrito Federal.

Atualmente há 37 mil mulheres nas Forças Armadas, mas sua atuação está direcionada para as áreas de saúde, ensino e logística. O contra-almirante André Gustavo Guimarães, subchefe de mobilização da Marinha, diz que “falar em números não reflete necessariamente em qualidade”, e que a instituição busca, com o novo projeto, “permitir que as mulheres estejam em todos os espaços onde os homens estejam”.

“Nós buscamos uma referência externa. Mundialmente, tomando por base os países da Otan ( Aliança do Atlântico Norte) e da comunidade asiática, a média numa amostragem de 40 países foi de 10,4%. A gente entendeu que o ponto de partida desse trabalho já identificava o Brasil numa posição mediana. Em relação à América do Sul, somos o quarto país em participação feminina”, diz Guimarães.

Onde se alistar

AMAZONAS
Manaus

DISTRITO FEDERAL
Brasília

BAHIA
Salvador

CEARÁ
Fortaleza

GOIÁS
Águas Lindas de Goiás
Cidade Ocidental
Luziânia
Formosa
Novo Gama
Santo Antônio do Descoberto
Planaltina
Valparaíso de Goiás

MINAS GERAIS
Belo Horizonte
Juiz de Fora
Lagoa Santa

MATO GROSSO DO SUL
Campo Grande
Corumbá
Ladário

PARÁ
Belém

PARANÁ
Curitiba

PERNAMBUCO
Recife

RIO DE JANEIRO
Rio de Janeiro

RIO GRANDE DO SUL
Porto Alegre
Canoas
Santa Maria

SANTA CATARINA
Florianópolis

SÃO PAULO
São Paulo
Guaratinguetá
Pirassununga

Recrutamento
O processo de recrutamento será feito em etapas: alistamento, seleção geral, seleção complementar, designação/distribuição e incorporação. As candidatas devem passar por uma seleção que inclui entrevista, inspeção de saúde (exames clínicos e laboratoriais) e testes físicos. Elas poderão escolher a Força que quiserem, dependendo da disponibilidade de vagas em sua região, aptidão da candidata e a especificidade exigida pelo Exército, pela Marinha e pela Aeronáutica.

Marcha, soldado
Uma vez incorporadas, as mulheres ocuparão a graduação de soldado (marinheiro-recruta na Marinha), e o serviço militar deve ter a duração de 12 meses, podendo ser prorrogado por até oito anos.

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