O apelo de Israel a Eduardo Bolsonaro em investigação contra soldado em férias no Brasil

 

Militar é acusado de participar de demolição de quarteirão residencial em Gaza, no fim de 2024, utilizando explosivos fora de situações de combate
Após a Justiça Federal brasileira acolher um pedido movido por uma organização internacional pró-Palestina para que autoridades brasileiras investigassem um soldado israelense acusado de crimes de guerra que estava de férias no Brasil, o ministro de Assuntos da Diáspora e Combate ao Antissemitismo de Israel, Amichai Chikli, afirmou em carta enviada ao deputado federal Eduardo Bolsonaro, no domingo, 5, que a decisão é “uma desgraça para o governo brasileiro”. Um despacho publicado em 3 de janeiro determina o envio de parecer sigiloso do Ministério Público Federal à Polícia Federal para cumprir diligências contra Yuval Vagdani.

No texto, o ministro israelense cita nominalmente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, embora a decisão tenha sido do Judiciário, não do Executivo, e critica a Fundação Hind Rajab, sediada em Bruxelas, que apresentou um pedido na Justiça Federal brasileira para que Yuval Vagdani, de 21 anos, fosse investigado por supostos crimes de guerra cometidos em Gaza no conflito entre Israel e o grupo militante palestino Hamas.

“O fato de o Judiciário brasileiro, sob apoio do presidente Lula, acolher indivíduos com visões tão extremas — especialmente quando nos aproximamos do 80º aniversário da libertação de Auschwitz — é uma vergonha para o governo brasileiro. Não devemos permanecer em silêncio diante de tais ações. Estou confiante de que a maioria dos cidadãos brasileiros patriotas e decentes rejeita a posição de seu governo, que manchará para sempre a orgulhosa história da nação”, escreveu o ministro.

A carta de repúdio teria sido enviado a Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, para expor “essa organização vil que se disfarça de grupo de direitos humanos”.

Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), Yuval Vagdani fugiu do país no domingo, sendo que as últimas informações sobre o militar em solo brasileiro foram em Morro de São Paulo, na Bahia. Ainda de acordo com a Fepal, o Ministério das Relações Exteriores israelense confirmou que auxiliou o militar a deixar o país após uma tentativa de investigação por “elementos anti-Israel”.

A denúncia é assinada pelos advogados Caio Patricio de Almeida e Maira Machado Frota Pinheiro, que teriam colaborado com a Fundação Hind Rajab. Por meio de inteligência de fontes abertas, vídeos e dados de geolocalização, a entidade forneceu evidências para a denúncia de que o militar que curtia férias no Brasil participou da demolição de um quarteirão residencial em Gaza, no fim de 2024, utilizando explosivos fora de situações de combate, o que foi considerado um ato genocida. Conforme a Fepal, Maira, uma das advogadas que protocolou a notícia-crime, está sendo ameaçada.

Dan Illouz, parlamentar governista de Israel, disse que o “Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas” e prometeu que o governo de Benjamin Netanyahu deve agir e que o Brasil “pagará o preço se não mudar sua conduta”.

“Israel não ficará de braços cruzados diante da perseguição de seus soldados”, afirmou Illouz.

veja – Edição: Montedo.com

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