Moraes nega acesso à delação de Mauro Cid; “direito sagrado”, diz defesa de Braga Netto

 

Defesa do general Braga Netto critica decisão: “Direito de defesa é sagrado e precisa ser respeitado”

Lauro Jardim
Alexandre de Moraes negou nesta sexta-feira (24) um pedido da defesa do general Braga Netto para ter acesso à delação do ex-faz-tudo de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.

José Luis Oliveira Lima, advogado de Braga Neto, criticou a decisão do ministro do STF: “O nosso cliente é preso com base em uma colaboração viciada e a defesa não tem acesso a ela? Como podemos nos insurgir contra ela?”

Braga Neto está preso desde 14 de dezembro na Vila Militar, no Rio de Janeiro. É acusado de tentar obstruir as investigações da PF sobre a tentativa de golpe. Cid ,em depoimento à PF em fevereiro passado, afirmou que o general procurou seu pai, o general Mauro Lourena Cid, para supostamente se informar sobre sua colaboração premiada.

Eis a íntegra da nota de Oliveira Lima:

“Respeito a decisão, mas evidentemente que não posso concordar com os seus termos. O nosso cliente é preso com base em uma colaboração viciada e a defesa não tem acesso a ela? Como podemos nos insurgir contra ela? O Judiciário, o Ministério Público e a Policial Federal têm acesso ao acordo. Até a imprensa conhece parcialmente alguns termos, mas a defesa continua com os olhos vendados. Vou agravar dessa decisão. O STF já decidiu que é direito do investigado ter acesso à íntegra da delação homologada, inclusive das tratativas, para exercer devidamente sua defesa. O General Braga Netto esta preso há mais de 30 dias, sem acusação formal, e ainda não teve acesso à delação. O direito de defesa é sagrado e precisa ser respeitado, repito, nosso cliente está privado da sua liberdade e do direito de se defender. “

O GLOBO – Edição: Montedo.com

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