De acordo com investigação da Polícia Civil do Amazonas, militares facilitavam envio de drogas a Manaus por meio de aviões da FAB
Tácio Lorran
Os três militares que foram presos nesta semana por um esquema de tráfico de drogas envolvendo aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) se chamam Alexssander Gamas de Seixas, Dinei Ferreira Viana e Anderson Jovani Aguiar Castrillo. A informação foi confirmada pela coluna junto a fontes que estão a par das investigações.

O trio foi preso na segunda-feira (3/2), pela Polícia Civil do Amazonas (PCAM), acusado de facilitar o envio de drogas nas aeronaves da FAB de São Gabriel da Cachoeira, município amazonense que fica na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Venezuela, para Manaus.

De acordo com a delegada Grace Jardim, da PCAM, a maioria das pessoas cooptadas pelo grupo criminoso era mulheres, sendo que algumas delas estavam grávidas. Essas pessoas eram inscritas nos voos da FAB para levar as drogas.

Alexssander Seixas tem 22 anos e Dinei Viana, 25. Ambos são soldados da FAB desde agosto de 2021 e ganham um salário de R$ 2.647,50 como membro da ativa das Forças Armadas.

Anderson Castrillo também tem 25 anos e foi colega de farda de Alexssander e Dinei na FAB. Todos eles moram em São Gabriel da Cachoeira. A coluna procurou os advogados do trio de militares, mas eles disseram que ainda não tiveram acesso aos autos.

No total, foram cumpridos cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão. A operação foi batizada de Queda do Céu.

De acordo com Jardim, a investigação se iniciou com a apreensão de 342 quilos de maconha em 2024. Na ocasião, um soldado da ativa do Exército e outros dois ex-militares foram presos, além de duas mulheres.

“Além deles, conseguimos chegar ao financiador das drogas, um homem de 42 anos que movimentava milhões de reais, sendo que ele declarava receber apenas R$ 1 mil por mês. Ele também lavava dinheiro no município, para dizer que esse dinheiro estava vindo de meio lícito, quando na verdade não estava”, explicou a delegada.

Ainda segundo Jardim, o esquema criminoso também contava com a participação de um homem de 26 anos, responsável por cooptar mulas para levar as drogas por via aérea para Manaus, além de também fazer o transporte.

O que diz a FAB sobre militares presos
A FAB informou ter tomado conhecimento de ocorrência envolvendo militares de seu efetivo, no Amazonas (AM) e ressaltou que acompanha o caso e corrobora com as investigações policiais em curso.

“O Comando da Aeronáutica reitera que não compactua com condutas que não estão de acordo com os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional”, afirmou, em nota.
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