Me dá uma tristeza danada… (artigo)

 

Anistia do 8/1 não é para assaltantes de bancos, que mataram e queriam realmente tomar o poder

 

JL Prévidi *
Normal que jornalista seja petista ou de ixquerda ou bolsonarista ou de direita ou anti-petista. Já me acostumei a ler e ouvir bobagens sobre o Brasil de hoje, mas tenho pena de velhos amigos e mesmo de pessoas que não conheço quando defendem a prisão de todos os de “8 de janeiro de 2023” e mesmo a prisão de pessoas que nem sabem o que é “golpe”.

Mas eu fico triste mesmo quando vejo uma pessoa dizer que é contra a Anistia aos que estavam naquela esculhambação de 8 de janeiro.

Sabe por quê?
Porque eu participei de vários atos e até contribui com grana para o movimento Pró-Anistia. Cantei, aos berros, o Hino da Anistia, na voz de Elis Regina. E chorei com cada Brasileiro que retornava ao Brasil, depois de anos no exílio. Depois convivi com vários personagens, que foram exilados, e soube como sofreram. Tive o privilégio de ouvir Brizola falando sobre os anos de exílio.

Um dos amigos que fiz no Rio de Janeiro, quando trabalhei no Governo Brizola, foi Alvaro Rabelo, um mineiro que viveu exilado em Paris com sua família – pais e irmãos. Muito conversamos e ouvi inúmeras histórias das comunidades no exílio. Infelizmente, Álvaro faleceu em Belo Horizonte.

A Anistia que se propõe agora é totalmente diferente.

Agora, não são pessoas que assaltaram bancos. que mataram, que queriam realmente tomar o poder.

Hoje, a grande maioria dos presos em 8 de janeiro de 2023 não tem a menor ideia do que é golpe, revolução ou seja lá o que for. Não apoiavam a posse do bandido condenado. A grande maioria dos presos há mais de dois anos – vários condenados a penas absurdas – não participaram do quebra-quebra dos prédios públicos. Ou seja, não fizeram nada, foram apenas lúmpens.

Sabe o que me deixa mais triste? Todos os dias leio ou assisto na TV a notícias de criminosos que são soltos pela justiça e mesmo pelo stf. Alias, chefes do tráfico não ficam soltos no Brasil. Todos os dias, nas tais audiências de custódia, “autoridades da justiça” soltam bandidos, sob as mais esdrúxulas justificativas.

Mas os participantes do 8 de janeiro não tiveram a chance de falar com uma “autoridade da justiça”. Não puderam dizer nada.

Tudo o que escrevi aqui os meus amigos jornalistas e as pessoas esclarecidas não conseguem contestar. Claro que alguém pode contestar, mas, por favor, não venham com texto nos “Comentários” como figuras “anônimas”. Usem o [email protected]

Acredito que está na hora do Brasil realizar um grande movimento “PRO-ANISTIA” dos infelizes do 8 de janeiro. Estou a disposição.
* José Luiz Prévidi é jornalista. Acesse o Blog do Prévidi 

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