PGR denuncia Bolsonaro, sete oficiais generais e outros quinze militares do Exército por tentativa de golpe de estado; veja a lista completa

Publicação original: 18/2 (21:58)
Atualização: 19/2 (06:30)

O Procurador Geral da República, Paulo Gonet, denunciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete oficiais generais pela tentativa de golpe de Estado em 2022. Outros 15 militares foram alvo da denúncia, que incluiu 34 pessoas.

A denúncia de 270 páginas foi enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). Cabe agora aos ministros da Primeira Turma analisar o documento para decidir se há provas suficientes para abrir uma ação penal. O relator é Alexandre de Moraes.

Gonet menciona na denúncia a reunião do ex-presidente com os comandantes das Forças Armadas e o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, no dia 14 de dezembro de 2022. O encontro teria sido uma ação preparatória para o golpe. Segundo a Polícia Federal, o plano golpista não foi colocado em prática porque a cúpula do Exército não aderiu. O procurador-geral da república afirma que Bolsonaro buscava apoio a uma “insurreição”.

“Quando um Presidente da República, que é a autoridade suprema das Forças Armadas, reúne a cúpula dessas Forças para expor planejamento minuciosamente concebido para romper com a ordem constitucional, tem-se ato de insurreição em curso, apenas ainda não consumado em toda a sua potencialidade danosa”, afirma Gonet.

A denúncia também afirma que Bolsonaro sabia e concordou com o plano “Punhal Verde e Amarelo” para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes. “O plano foi arquitetado e levado ao conhecimento do Presidente da República, que a ele anuiu.”

Generais denunciados

  • General da reserva Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice de Bolsonaro em 2022;
  • Almirante da reserva Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  • General da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • General da reserva Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira,  ex-ministro da Defesa e ex-comandante do Exército;
  • General da reserva Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército;
  • General da reserva Mario Fernandes, ex-número 2 da Secretaria-Geral da Presidência e homem de confiança de Bolsonaro. É suspeito de participar de um grupo que planejou as mortes de Lula, Alckmin e Moraes;
  • General da ativa Nilton Diniz Rodrigues, atual comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, em São Gabriel da Cachoeira, suspeito de participar de trama golpista;

 

Militares da ativa do Exército

  1. Coronel Bernardo Romão Correa Netto, acusado de integrar núcleo responsável por incitar militares a aderirem a uma estratégia de intervenção militar para impedir a posse de Lula;
  2. Coronel Fabrício Moreira de Bastos, atual adido da Defesa em Israel e supostamente envolvido com carta de teor golpista;
  3. Subtenente Giancarlo Gomes Rodrigues, um dos responsáveis pelo monitoramento clandestino de opositores políticos;
  4. Tenente-coronel do Guilherme Marques de Almeida, ex-comandante do 1º Batalhão de Operações Psicológicas em Goiânia que desmaiou quando a PF bateu à sua porta;
  5. Tenente-coronel Hélio Ferreira Lima, identificado em trocas de mensagens com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Barbosa Cid;
  6. Tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência (afastado das funções na instituição);
  7. Tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, integrante do grupo “kids pretos”;
  8. Tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo;
  9. Tenente-coronel  Ronald Ferreira de Araujo Junior; e
  10. Tenente-coronel Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros, que integrava o “núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral”.

 

Militares da reserva do Exército

  1. Capitão reformado Jair Messias Bolsonaro, ex-Presidente da República
  2. Capitão reformado Ailton Gonçalves Moraes Barros, acusado de intermediar inserção de dados ilegal em cartões de vacinação contra Covid-19;
  3. Major Angelo Martins Denicoli,  que chegou a ocupar cargo de direção no Ministério da Saúde na gestão Eduardo Pazuello;
  4. Coronel Cleverson Ney Magalhães, ex-oficial do Comando de Operações Terrestres;
  5. Coronel Marcelo Costa Câmara,  ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro; e
  6. Coronel Reginaldo Vieira de Abreu.

 

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