Cid quer pena abaixo de 2 anos para evitar expulsão do Exército

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro negociou acordo de colaboração premiada

Denunciado pela Procuradoria-Geral da República por tentativa de golpe de estado, o tenente-coronel Mauro Cid tenta evitar a expulsão do Exército. Na negociação do acordo de colaboração premiada, o ex-ajudante de ordens pediu o perdão ou uma punição com pena abaixo de dois anos em troca de fornecer informações.

Se o pleito for atendido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Mauro Cid escapará da abertura de um processo de perda de posto e patente no Supremo Tribunal Militar (STM) e evitará sua expulsão da Força, mantendo também sua remuneração mesmo após passar para a reserva.”

De acordo com pessoas próximas, a possibilidade de evitar a exclusão do Exército, junto com a proteção dos familiares, foi fundamental para que ele fizesse a delação.

A Constituição Federal prevê que o militar condenado, por sentença transitada em julgado, a pena de prisão superior a dois anos por crime militar ou comum será submetido a um julgamento de indignidade ou incompatibilidade para a carreira pelo STM. Se for considerado indigno ou incompatível, ele será expulso das Forças Armadas.

Ao firmar o acordo de delação com a Polícia Federal, em agosto de 2023, Cid pediu ainda a restituição de bens e valores apreendidos, a extensão dos benefícios para o pai, a esposa e a filha maior, no que for compatível, e a garantia da segurança do colaborador e de seus respectivos familiares.

Em contrapartida, Cid se comprometeu a dizer sempre a verdade e passar informações para ajudar na investigação e entregar todos os documentos, papéis, escritos, fotografias, gravações de sinais de áudio e vídeo que possam contribuir para a elucidação dos crimes, objeto da colaboração.

Como mostrou a CNN, Cid teme pelo aumento da exposição após o levantamento do sigilo de sua delação premida, que foi determinada nesta quarta-feira (19) pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Em seus depoimentos, o ex-ajudante de ordens deu detalhes da suposta trama golpista, citando Jair Bolsonaro, o general Walter Braga Netto e outros. O tenente-coronel também forneceu informações sobre a falsificação do cartão de vacina e a venda das joias sauditas recebidas pelo ex-presidente.
CNN BRASIL – Edição: Montedo.com

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