Decisão, que não foi anunciada oficialmente, se dá após discussão de americano com Zelenski na Casa Branca
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu nesta segunda-feira (3) toda a ajuda militar à Ucrânia após discussão com o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, na semana passada, de acordo com um funcionário da Casa Branca, falando sob anonimato.
De acordo com o este funcionário, o presidente americano afirmou que está focado na paz. A Casa Branca, segundo ele, pausou a assistência para revisar o auxílio e assegurar que os recursos estejam contribuindo para o que chamou de solução.
À rede CNN, outro funcionário afirmou que a pausa é uma resposta direta ao que Trump vê como mau comportamento de Zelenski.
Segundo uma fonte familiarizada com a situação, a ajuda militar foi interrompida nas primeiras horas desta terça-feira (4). A fonte afirmou que as entregas destinadas à Ucrânia foram paralisadas por volta das 3h30.
O gabinete de Zelenski não respondeu a um pedido de comentário da agência Reuters.
O Kremlin afirmou nesta terça que suspender a ajuda militar dos EUA à Ucrânia é a melhor contribuição para a causa da paz, mas alertou que a Rússia precisa esclarecer os detalhes da medida de Trump.
A medida ocorre após Trump ter alterado a política dos EUA sobre a Ucrânia e a Rússia ao assumir o cargo em janeiro, adotando uma postura mais conciliatória em relação a Moscou e espelhando algumas das demandas de Putin.
Na discussão tensa com Zelenski na Casa Branca, ocorrida na sexta-feira (28), Trump criticou o ucraniano por não ser suficientemente grato pelo apoio de Washington na guerra com a Rússia. Antes disso, o republicano já havia chamado Zelenski de ditador. O ucraniano deixou o encontro sem a prevista entrevista coletiva.
“Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz”, escreveu na rede Truth Social o republicano enquanto Zelenski ainda estava na sede do governo, onde ficou apenas 2h20min. Segundo funcionários da Casa Branca vazaram à imprensa americana, Trump ordenou a saída do colega.
Ao vivo, o americano ameaçou o ucraniano, dizendo que os EUA “estarão fora” se ele não aceitar uma trégua com Vladimir Putin, que invadiu o vizinho há três anos.
Ainda nesta segunda-feira, Trump novamente disse que Zelenski deveria ser mais agradecido pelo apoio americano, após responder com raiva a uma reportagem da agência de notícias Associated Press, que mencionava declaração de Zelenski na qual o ucraniano afirma que o fim da guerra está “muito, muito distante”.
“Esta é a pior declaração que poderia ter sido feita por Zelenski, e a América não vai tolerar isso por muito mais tempo”, escreveu Trump na Truth Social, sua rede social.
O republicano, no entanto, também sugeriu nesta segunda que um acordo para abrir minerais da Ucrânia ao investimento dos EUA ainda poderia ser fechado, apesar de sua frustração com Kiev. Enquanto isso, líderes europeus apresentavam propostas para uma trégua no conflito, que já passa de três anos.
O governo Trump vê um acordo de minerais como a maneira de Washington de recuperar parte das dezenas de bilhões de dólares que deu à Ucrânia em ajuda financeira e militar desde que a Rússia invadiu o país, em 2022.
Quando questionado nesta segunda se o acordo de minérios estava morto, Trump disse na Casa Branca: “Não, eu não acho”.
Trump descreveu o trato como um “grande negócio para nós” e disse que daria uma atualização sobre a situação na terça-feira (4) à noite, durante seu primeiro discurso do Estado da União ao Congresso americano desde que retornou à Casa Branca.
“Se você quer garantias de segurança reais, se você quer realmente garantir que Vladimir Putin não invada a Ucrânia novamente, a melhor garantia de segurança é dar aos americanos uma vantagem econômica no futuro da Ucrânia”, disse o vice-presidente J. D. Vance em entrevista à Fox News.
“Isso é uma garantia de segurança muito melhor do que 20 mil tropas de algum país aleatório que não luta uma guerra há 30 ou 40 anos”, acrescentou.
Reuters
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