Após 86 anos do ataque conjunto Alemão-União Soviética à Polônia, a Rússia ataca a Ucrânia em parceria com os Estados Unidos

A noite de 6 de março não será esquecida e vai entrar na história, como dia da infâmia, tal qual foi o 7 de dezembro de 1941. E no dia 17 de Setembro de 1939 quando Alemães e Soviéticos esquartejaram a Polônia.  

Nelson During
Editor-Chefe DefesaNet
07 Março 2025

Mais de dez bombardeiros Tu-95 russos e navios da Frota do Mar Negro realizaram a maior blitz noturna contra a Ucrânia, lançando centenas de mísseis e drones contra cidades e população civil.

Essa foi a primeira ação conjunta de Rússia e Estados Unidos na guerra contra a Ucrânia. Coube a Rússia atacar e aos Estados Unidos cegar e tanto quanto possível atrapalhar a performance de sistemas de defesa ucranianos.

Os EUA paralisaram todo o envio de armamento a Ucrânia, inclusive o compartilhamento de inteligência e informações sobre as movimentações aéreas e navais russas, tornando impossível o alerta aéreo antecipado e dificultando a defesa antiaérea. Além disso, os ucranianos não conseguem mais fazer uso das baterias de mísseis Patriot; que teriam sido desativadas remotamente.

Está claro que a nova administração americana busca a rendição incondicional da Ucrânia, fazendo dela uma colônia compartilhada entre Rússia e EUA.

O ataque Russo

A força de ataque russa na noite de 6 de março de 2025, realizaram um ataque combinado com vários tipos de mísseis aéreos, terrestres, marítimos além de centenas de drones, contra instalações de infraestrutura críticas. O foco principal do ataque está nas instalações da indústria de produção de gás da Ucrânia.

De acordo com dados preliminares, as tropas de alerta da Força Aérea da Ucrânia detectaram e escoltaram 261 veículos de ataque aéreo inimigos — 67 mísseis de vários tipos e 194 Drones de ataque de vários tipos, incluindo:

  • 35 mísseis de cruzeiro Kh-101/Kh-55cm;
  • 8 mísseis de cruzeiro Kalibr;
  • 3 mísseis balísticos Iskander-M/KN-23;
  • 4 mísseis antiaéreos guiados S-300;
  • 8 mísseis guiados Kh-59/69;
  • 194 Drones de ataque Shahed e outros tipos de drones.

O ataque aéreo inimigo foi repelido por unidades de mísseis antiaéreos, equipamentos de guerra eletrônica e grupos de fogo móveis da Força Aérea e das Forças de Defesa da Ucrânia. Aviões de caça também estavam envolvidos, incluindo aeronaves F-16 e Mirage-2000. Vale ressaltar que caças franceses, Mirage 2000-5 que chegaram à Ucrânia há apenas um mês, participaram pela primeira vez das missões de interceptação ao ataque aéreo russo.

 Às 10:00, foi confirmado o abate de 134 alvos aéreos:

  • 25 mísseis de cruzeiro Kh-101/Kh-55cm;
  • 8 mísseis de cruzeiro Kalibr;
  • 1 míssil teleguiado Kh-59/69;
  • 100 Drones de ataque Shahed (drones de outros tipos).

Exclusivo Fotos do abate de um míssil de cruzeiro russo Kh-101 por um Mirage 2000-5, recebido à um mês da França. Aeronaves F-16 também participaram nas interceptações Fotos Estado Maior Ucrânia   

Este esforço foi realizado apesar das ações americanas de boicotar e cegar as defesas aéreas ucranianas. Limitou a capacidade de emprego do sistema Patriot, o que obriga as aeronaves TU-95 lançarem os mísseis de uma distância segura.   

Transferência de tecnologia

Os ucranianos entregaram a Washington metade da sua Força Aérea para que ela fosse usada em estudos de performance, de assinatura radar e para treinar pilotos de caça americanos. Baterias e sistemas antiaéreos assim como os mais modernos sistemas de comunicação e de guerra eletrônica da Rússia foram enviados aos EUA para análise da tecnologia e engenharia reversa. As armas americanas foram atualizadas graças aos sistemas capturados pelos ucranianos. Toda vez que um sistema Patriot é utilizado na Ucrânia, seus algoritmos são atualizados. É graças a guerra na Ucrânia que os sistemas de combate ocidentais têm recebido atualizações.

Ucrânia não pode vencer

 Em 2014, quando foi criada a Operação Anti-terrorista – ATO – as forças armadas ucranianas quase retomaram os territórios de Donetsk e Luhansk e estavam próximas de libertar a península da Crimeia. Com a possibilidade de vitória ucraniana, foi imposy feito um cessar-fogo e os acordos de Minsk, que só serviram para paralisar as ações ucranianas e dar mais tempo para a Rússia se rearmar.  No ano de 2022, as forças ucranianas quase infringiram uma derrota a força de invasão russa, mas por ordem de Washington foi atrasado o envio de munição que freou as ações defensivas, inclusive a própria ofensiva ucraniana de 2023 foi sabotada pelos parceiros ocidentais que não queriam ver a Rússia ser derrotada e humilhada no campo de batalha.

O Caso Maxar

A empresa aeroespacial americana Maxar Technologies restringiu o acesso da Ucrânia às suas imagens de satélite.

A publicação, citando usuários anônimos do serviço, escreve que a administração Maxar desabilitou o acesso à Ucrânia “mediante solicitação administrativa”. Isso se aplica tanto a usuários governamentais quanto a usuários privados.

Ou seja, o governo Trump, por meio do Departamento de Estado, proibiu empresas americanas e serviços comerciais de fornecer dados de satélite para a Ucrânia, a Maxar Technologies é uma das principais fornecedoras de imagens de satélite comerciais para usuários ucranianos sobre o movimento das Forças Armadas Russas, bem como os resultados da destruição de objetos importantes, tanto na Ucrânia quanto na Rússia.

A empresa aeroespacial americana Maxar Technologies restringiu o acesso da Ucrânia às suas imagens de satélite.

Extorsão colonialista

O acordo sobre os minerais ucranianos em troca de quase nada, ou seja, sem garantias de segurança é uma extorsão colonialista por parte dos EUA. Ou os ucranianos aceitam se tornar uma colônia americana e serem explorados durante várias gerações, ou eles serão destruídos pelos russos.

Fantoche ou agente?

Trump, um fantoche de Putin, que não é de esquerda nem de direita.

Por mais que Donald Trump esteja combatendo a ideologia woke, ele tem se mostrado muito mais próximo das ditaduras e dos regimes de esquerda. Ele será responsável pela destruição do Bolsonarismo no Brasil e poderá sim fazer um acordo que fortaleça o governo Lula, que poderá ser sua salvação política.  Trump tem mostrado subserviência à Moscou, e Putin, Lavrov e Peshkov tem falado sobre a nova política de Washington com uma certeza que gera desconfiança e preocupação nas principais capitais do mundo, incluindo Europa, Austrália e Japão.

Golpe de Estado

Enviados americanos procuraram a oposição ucraniana para forçar novas eleições e derrubar Volodymyr Zelensky. O ex-presidente Petro Poroshenko e a ex-primeira-ministra e deputada Yulia Timoshenko foram procurados por agentes de Washington, mas se negaram a dar qualquer apoio ou fazer parte de um golpe de estado. A própria oposição ucraniana denunciou a intenção de Washington e afirmou ser inconstitucional e impossível convocar eleições enquanto o país estiver em guerra e sob ocupação estrangeira. Está mais fácil Donald Trump sofrer um golpe de estado do que organizar um.

A guerra pelas terras raras

Moscou e Washington parecem estar fazendo uma ação diplomática e militar coordenada para dividir uma das terras mais férteis do mundo, celeiro da Europa e um dos territórios com maior quantidade de terras raras do planeta.

Como sabiamente o líder francês Emmanuel Mácron disse, o conflito na Ucrânia se tornou uma guerra global. A terceira Guerra Mundial se iniciou nessa semana.

A busca por terras raras se tornou uma prioridade para as grandes potências. Hoje vemos a guerra entra China e EUA para dominar a República Democrática do Congo, a guerra da Ucrânia e a pressão americana por um acordo de minerais, e a tentativa de anexação do Canadá através de uma guerra comercial. O próximo território a ser pressionado por um acordo de terras raras será o Brasil. Nossa soberania será colocada em discussão em breve, talvez mais rápido que sempre pudemos imaginar. Estamos preparados para defendê-la ou já estamos com a caneta na mão para assinar qualquer tipo de acordo de conveniência? Interesses pessoais e corporativos estão acima dos interesses nacionais? Como as Forças Armadas vão reagir e com quais meios, já que não possuímos meios e munições e estamos cada vez mais nos vocacionando para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), ou seja, como força reserva de polícia militar e de corpo de bombeiros? Como defender o território e os interesses nacionais desse jeito?

E a Sociedade Brasileira como se comportará?

Fantoche ou agente?

Trump, um fantoche de Putin, que não é de esquerda nem de direita.

Por mais que Donald Trump esteja combatendo a ideologia woke, ele tem se mostrado muito mais próximo das ditaduras e dos regimes de esquerda. Ele será responsável pela destruição do Bolsonarismo no Brasil e poderá sim fazer um acordo que fortaleça o governo Lula, que poderá ser sua salvação política.  Trump tem mostrado subserviência à Moscou, e Putin, Lavrov e Peshkov tem falado sobre a nova política de Washington com uma certeza que gera desconfiança e preocupação nas principais capitais do mundo, incluindo Europa, Austrália e Japão.

Perguntado sobre o ataque Russo à Ucrânia, Trump reconheceu que a Rússia estava amassando a Ucrânia. O primeiro momento foi de a Ucrânia saberia que deve ir para a mesa de negociações. Posteriormente para remendar anunciou a possível adoção de medidas contra a Rússia.

Golpe de Estado

Enviados americanos procuraram a oposição ucraniana para forçar novas eleições e derrubar Volodymyr Zelensky. O ex-presidente Petro Poroshenko e a ex-primeira-ministra e deputada Yulia Timoshenko foram procurados por agentes de Washington, mas se negaram a dar qualquer apoio ou fazer parte de um golpe de estado. A própria oposição ucraniana denunciou a intenção de Washington e afirmou ser inconstitucional e impossível convocar eleições enquanto o país estiver em guerra e sob ocupação estrangeira. Está mais fácil Donald Trump sofrer um golpe de estado do que organizar um.

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