Almirante argumenta que denúncia da PGR não comprova participação ativa e que comportamento de Garnier foi de “omissão” e “inércia”
Ex-comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos apresentou na sexta-feira, 7, sua defesa à denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre suposta participação na tentativa de golpe de Estado. No documento enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), os advogados de Garnier negam as acusações e afirmam que ele é inocente.
Segundo a PGR, Garnier foi o único dos três comandantes das Forças Armadas a apoiar o plano de impedir a posse do presidente Lula (PT), chegando a colocar tropas à disposição da iniciativa.
A denúncia cita uma reunião no Ministério da Defesa, em dezembro de 2022, em que o então ministro Paulo Sérgio Nogueira teria reapresentado um decreto golpista. De acordo com os investigadores, Garnier foi o único a não se opor ao plano.
A defesa do almirante argumenta que a denúncia não comprova sua participação ativa e sustenta que seu comportamento foi de “omissão” e “inércia”. A informação foi publicada por O Globo.
Os advogados afirmam ainda que o nome de Garnier não constava na minuta que criaria um Gabinete de Crise institucional, o que, segundo eles, enfraquece a acusação de que ele seria peça-chave no golpe.
Outro ponto rebatido pela defesa são diálogos interceptados pela Polícia Federal, como a fala do tenente-coronel Sérgio Cavaliere, que teria dito que Garnier tinha “tanques no arsenal prontos”. Os advogados classificam as mensagens como “comunicações alheias desprovidas de comprovação”.
Denúncia da PGR
A PGR incluiu na denúncia depoimentos de outros militares, como o do então comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior. Segundo o militar, em uma reunião realizada no Palácio do Planalto duas semanas após a vitória de Lula, o ex-presidente Jair Bolsonaro apresentou um relatório elaborado pelo PL para justificar um estado de exceção no país.
Baptista Júnior afirmou que não colocaria suas tropas à disposição e que o então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, disse que, se Bolsonaro insistisse, teria que ser preso. Garnier, por outro lado, teria demonstrado apoio ao plano.
O brigadeiro também relatou que, na reunião, quando foi apresentada a minuta do golpe, tanto ele quanto Freire Gomes rejeitaram a proposta, enquanto Garnier não expressou objeções.
O Antagonista – Edição: Montedo.com
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