Manutenção da prisão preventiva de Braga Netto preocupa cúpula do Exército

General é acusado de tentar acessar informações da delação premiada de Mauro Cid

Júnior Kamenach
A manutenção da prisão preventiva do ex-ministro Braga Netto, mesmo após a denúncia formal da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela suposta trama golpista, tem gerado preocupação entre integrantes da cúpula das Forças Armadas. O general da reserva, que ocupou cargos de destaque no governo de Jair Bolsonaro, segue detido há 89 dias sob suspeita de obstrução de Justiça.

Braga Netto é acusado de tentar acessar informações da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. No entanto, aliados argumentam que, com a formalização da denúncia, a fase de investigação foi encerrada, o que, segundo eles, eliminaria qualquer risco de interferência no processo.

Apesar das apreensões, representantes da alta cúpula militar defendem a apuração completa da tentativa de golpe e a responsabilização individual dos envolvidos. O ministro da Defesa, José Múcio, reconheceu que o episódio gera “constrangimento”, mas destacou que a denúncia ajuda a encerrar um capítulo importante das investigações.

Até o momento, os pedidos de soltura da defesa de Braga Netto foram negados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O general, que possui a maior patente entre os acusados, está preso em uma sala de Estado-Maior no Comando Militar do Leste, no Rio de Janeiro.

O local conta com TV, ar-condicionado, banheiro privativo e geladeira. Além de Braga Netto, seguem presos preventivamente o general de duas estrelas Mário Fernandes, três tenentes-coronéis e um policial federal, totalizando seis dos 34 denunciados no inquérito.
JORNAL OPÇÃO – Edição: Montedo.com

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