EUA: “Se necessário, impediremos o Irã de obter bomba nuclear com força militar”

Pete Hegseth afirmou que país já provou capacidade de “ir longe, agir em profundidade e em grande escala”

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Pete Hegseth, afirmou neste domingo (13) que o país ainda acredita em uma solução diplomática para impedir que o regime do Irã desenvolva uma arma nuclear. No entanto, ele alertou que as Forças Armadas americanas estão preparadas para uma intervenção militar caso as negociações fracassem.

Em entrevista ao programa Face the Nation, da emissora CBS, Hegseth classificou como “produtivos” os primeiros contatos indiretos entre diplomatas americanos e iranianos, iniciados no sábado em Omã. Segundo ele, as conversas representam “um bom passo”, embora tenha ressaltado que a opção militar continua sobre a mesa.

“Esperamos não ter que recorrer à ação militar, mas, se for necessário, faremos o que for preciso para impedir que o Irã obtenha uma bomba nuclear”, declarou. Hegseth destacou ainda que os EUA já demonstraram sua capacidade de “ir longe, agir em profundidade e em grande escala”.

O presidente Donald Trump também abordou o tema na última quarta-feira, ao afirmar que uma ação militar conjunta com Israel é “absolutamente possível” caso as conversas em Mascate não avancem. “Israel obviamente estará muito envolvido, será o líder disso”, declarou a jornalistas.

Trump já havia feito um alerta semelhante em março: “Se não houver um acordo, haverá bombardeios”. Durante seu primeiro mandato, em 2018, ele retirou os Estados Unidos do acordo nuclear firmado em 2015, que limitava o programa atômico iraniano em troca do fim de sanções internacionais.

Neste sábado, a Casa Branca classificou como “positivas e construtivas” as conversas diplomáticas realizadas em Omã entre o enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, Steve Witkoff, e o chanceler iraniano, Abás Araqchí. De acordo com nota oficial, Witkoff levou uma mensagem de Trump com instruções para “resolver, se possível, as diferenças entre os dois países por meio do diálogo e da diplomacia”.

A Casa Branca também agradeceu ao sultanato de Omã pela mediação. As negociações duraram cerca de duas horas e meia e deverão ter uma nova rodada no próximo sábado, dia 19 de abril, em Mascate.

Mais tarde, a bordo do Air Force One, Trump reconheceu os avanços, mas manteve cautela: “Nada importa até que se concretize”.

O Ministério das Relações Exteriores do Irã confirmou que o encontro ocorreu em um “ambiente construtivo e com respeito mútuo”. Segundo o governo iraniano, Araqchí e Witkoff trocaram posições sobre o programa nuclear e as sanções impostas pelos EUA.

Apesar do tom positivo, os representantes permaneceram em salas separadas, trocando quatro mensagens por meio do chanceler de Omã, Badr bin Hamad al Busaidi. A postura contrasta com a insistência anterior de Washington por um diálogo direto.

Os EUA também manifestaram interesse em ampliar a pauta das negociações para incluir o programa de mísseis balísticos do Irã e seu apoio a grupos como os houthis, no Iêmen, e o Hezbollah, no Líbano. Teerã, por sua vez, insiste que o diálogo deve se limitar exclusivamente ao tema nuclear.

As divergências ocorrem em um momento de tensão crescente. Enquanto Trump segue ameaçando com uma ação militar, o Irã cogita interromper a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

Desde a saída dos EUA do acordo nuclear em 2018, o Irã voltou a enriquecer urânio a níveis próximos do uso militar. A AIEA informa que o país possui atualmente 274 kg de urânio enriquecido a 60% — próximo dos 90% necessários para fabricar uma bomba nuclear.
(Com informações da AFP e da EFE)
GAZETA BRASIL – Edição: Montedo.com

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