Na esteira do 8/1, Exército finaliza mudanças na estrutura das Forças Especiais

 

Na publicação Exército conclui reforma dos kids pretos, grupo envolvido na tentativa de golpe; veja o que mudou, o jornalista Marcelo Godoy fez uma análise sobre as alterações promovidas pelo Comando do Exército na estrutura e subordinação se suas unidades de Forças Especiais. Segue um resumo da matéria, publicada no Estadão. 

Batalhão de Ações Psicológicas muda de subordinação
O 1.º Batalhão de Ações Psicológicas (1.º B Op Psc) vai deixar o Comando de Operações Especiais (COpEsp) e será subordinado diretamente ao Comando Militar do Planalto (CMP). A medida considerada saneadora pela cúpula do Exército tem o objetivo de afirmar o caráter estratégico da tropa, que ficaria sob a tutela do comandante da Força, e não mais subordinada a um comando de nível tático.

A mudança do 1.º B Op Psc não significa que ele não possa atuar, quando requisitado, inclusive com o COpEsp. A ideia é que se um comando tático precisar de apoio do batalhão para sua missão, ele a receberá. O Comando do Exército pretende, com a alteração, ter o controle desse instrumento estratégico.

Trata-se da última alteração envolvendo a estrutura dos kids pretos, as tropas especializadas em operações especiais. Foi de lá que saiu parte dos oficiais acusados de envolvimento nas duas ações militares executadas na intentona bolsonarista: a operação psicológica para desacreditar o Alto-Comando do Exército (ACE) e permitir um golpe de coronéis, e a vigilância sobre o ministro do STF, Alexandre de Moraes, e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O Comando do Exército procura não ligar as alterações no COpEsp ao comportamento de quem foi acusado de tramar o golpe. A justificativa técnica para a mudança do batalhão seria o reconhecimento de um erro: as ações para influenciar a opinião pública não podem ficar nas mãos de um comando tático; devem estar afinadas com o Estado-Maior do Exército (EME) e com Centro de Comunicação Social da Força, órgão de assessoramento do comandante.

Ou seja, o trabalho do batalhão têm caráter estratégico. A novidade é baseada no resultado do trabalho de um grupo de estudos criado pelo EME para reformar o COpEsp que entregou seu relatório ao chefe do Estado-Maior, general Richard Nunes, na semana passada. Nesta semana, o tema deve ser analisado pelo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.

Defesa QBRN: menos Goiânia, mais Rio
Outro enxugamento ocorrido no COpEsp tem relação com a Companhia QBRN (Química, Biológica, Radiológica e Nuclear), que teve seu efetivo em Goiânia reduzido para que fosse aumentada a tropa que atua no Rio de Janeiro, o 1.º Batalhão de Defesa QBRN (1° Btl DQBRN). Trata-se de um grupo responsável pelas ações de contraterrorismo, que deve atuar em grandes eventos.

Essa mudança atende a Diretriz para Aprimoramento da Capacidade de Defesa QBRN do Exército, que prevê a criação de um Pelotão de Reconhecimento e Vigilância Mecanizado (Pel Rec Vig Mec) no 1° Btl DQBRN. Além disso, como a coluna noticiou, foi retirado do COpEsp o curso de operações psicológicas. Ele foi transferido para o Centro de Estudos de Pessoal (CEP), no Rio.

Vagas para o curso de Comandos diminuem
Por fim, o Exército diminuiu as vagas no Curso de Ações de Comandos (CAC) de 70 para 48. Este é feito no Centro de Instrução de Operações Especiais (C I Op Esp), em Niterói (RJ), e é obrigatório para quem pretende ser um kid preto.

Batalhões sem alteração
A reforma do COpEsp preservou dos cortes só as unidades centrais do Comando: o 1.º Batalhão de Ações de Comandos (1.º BAC) e o 1.º Batalhão de Forças Especiais (1.º BFEsp). Também foi mantida a subordinação do COpEsp ao CMP.
Com ESTADÃO

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