Cid diz que era “simples porta-voz”, pede absolvição sumária e apresenta ex-comandantes do Exército como testemunhas

Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro responde ao crime de tentativa de golpe no STF

Brasília – A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pediu nesta quarta-feira (23) ao Supremo Tribunal Federal (STF) a absolvição sumária do militar no processo da trama golpista de 2022 e negou relação entre o réu e os ataques às sedes dos Poderes em 8 de janeiro de 2023.

As declarações por escrito foram apresentadas no fim do prazo de apresentação da defesa prévia de Mauro Cid. Trata-se da primeira fase do processo penal contra o “núcleo central” da trama golpista, que tem como réus Cid, Bolsonaro e outras seis pessoas.

A defesa de Cid diz que o ajudante de ordens era um “simples porta-voz” de Bolsonaro durante sua passagem pela Presidência da República. Não é razoável, segundo o advogado Cezar Bitencourt, acusar o militar de planejar um golpe de Estado considerando suas funções como ajudante de ordens.

“Essa conduta de Mauro Cid, de porta-voz a fim de transmitir orientações que lhe eram repassadas, era a sua obrigação legal vinculada ao estrito cumprimento de seu ofício, e como tal, abrigada por uma excludente de ilicitude devidamente prevista no Código Penal”, diz o advogado.

Para a defesa do militar, os crimes imputados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra os integrantes do “núcleo central” da trama golpista miravam autoridades em cargos com poderes decisórios, condição que, segundo a defesa, “não se pode atribuir a função desempenhada por Mauro Cid”.

8/1 foi ‘fatídico’ e ‘vergonhoso’
Bitencourt destaca na defesa prévia do militar que o ataque de 8 de janeiro foi fatídico e vergonhoso. Ele argumenta, porém, que é “desarrazoado” atribuir os crimes praticados naquele dia a Mauro Cid, que estava de férias nos Estados Unidos.

“Pensar-se que Mauro Cid sabia ou pelo menos tinha conhecimento desses fatos horrendos é um contrassenso que não encontra amparo no próprio conjunto probatório colacionado pela acusação, que baseia-se, exclusivamente, em suposições acerca de informações que rodavam em grupos de WhatsApp, que, naquele tempo de desinformação constante, não se sabia quando era ou não verdadeira”, afirma.

Testemunhas arroladas po Mauro Cid

  • General do Exército Freire Gomes;
  • General do Exército Júlio César de Arruda;
  • General do Exército Flávio Alvarenga Filho;
  • General do Exército João Batista Bezerra Leonel Filho;
  • General do Exército Edson Diehl Ripol;
  • Coronel do Exército Fernando Linhares Dreux;
  • Capitão do Exército Raphael Maciel Monteiro;
  • Capitão do Exército Adriano Alves Teperino; e
  • Sargento Luis Marcos dos Reis.

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