Mudanças que Pete Hegseth acaba de ordenar preveem enfrentamento com a China até 2028

Fabrice Wolf
A profunda transformação do Exército dos EUA que Pete Hegseth, Secretário de Defesa dos EUA, acaba de ordenar, abrange muitas áreas, mas tem apenas um objetivo: estar pronto até 2028, para enfrentar a China e seu exército.

No entanto, durante a campanha presidencial americana, era difícil ter uma ideia clara da estratégia que Donald Trump e sua equipe implementariam se ele fosse eleito, já que as declarações do candidato podiam ser muito contraditórias. Sua postura e provocações após sua vitória eleitoral e seu retorno à Casa Branca em 21 de janeiro de 2025 não nos permitiram entender para onde o novo governo queria ir em termos de defesa até recentemente.

Agora podemos ver muito mais claramente. Primeiro, com a validação, pelo comitê de conciliação do Congresso, de um envelope adicional de US$ 150 bilhões, destinado às forças armadas americanas, para 2025, a fim de acelerar e estender certos programas-chave, como o Golden Dome, que deve proteger os Estados Unidos de mísseis balísticos e de cruzeiro, ou a compra emergencial de F-15EX adicionais para a Força Aérea dos EUA.

Acima de tudo, podemos ver grande parte da estratégia e das expectativas do Pentágono e do Secretário de Defesa, Pete Hegseth, para os próximos três anos por meio de uma carta endereçada por este último aos líderes do Pentágono e da declaração conjunta do Secretário do Exército, Dan Driscoll, e do Chefe do Estado-Maior do Exército dos EUA, General Randy A. George, que a segue.

De fato, além das críticas à falta de envolvimento de seus aliados na missão de defesa e seus erros de segurança às vezes preocupantes, o Secretário de Defesa de Donald Trump, Pete Hegseth, parece determinado a mudar o Pentágono, especialmente para que as forças armadas americanas, assim como a indústria de defesa nacional, estejam prontas para um possível confronto militar futuro.

Esta estratégia foi delineada numa carta de Pete Hegseth à liderança sénior do Pentágono, em um Memorando de 30 de abril de 2025, no qual detalha as transformações esperadas em relação ao Exército dos EUA, bem como o cronograma que essas transformações deverão respeitar.

Este memorando foi seguido no dia seguinte, 1 de maio, por uma carta do Secretário do Exército Dan Driscoll e seu Chefe de Gabinete, General Randy A. George, dirigido aos chefes do Exército dos EUA, que fornecem detalhes e esclarecimentos sobre as próximas transformações.

Embora essas reformas sejam numerosas e, às vezes, radicais, como o governo Trump tem um talento especial para fazer, o primeiro ponto que merece atenção especial em relação a elas é nada menos que seu cronograma particularmente focado.

De fato, nenhum prazo além de 2028 é mencionado no documento, enquanto a maioria das transformações orgânicas deve ser concluída até 2026 ou 2027. 2028 é mencionado apenas uma vez, no memorando da SECDef, em relação à reconstrução e redistribuição de estoques de munição e à transformação do BITD americano, para estar pronto para dar suporte a um grande conflito até essa data.

2028, é claro, marca o fim do mandato atual de Donald Trump. Podemos então pensar que esses prazos foram construídos, sobretudo, em cima do período efetivo da atual gestão. No entanto, é claro que, se as transformações anunciadas forem respeitadas, a capacidade de resposta operacional do Exército dos EUA, até esse prazo, estará em um nível que não conhecia desde o fim da Guerra Fria.
META-DEFENSE.FR – Edição: Montedo.com

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