Descoberta de ativos navais perdidos há décadas revela tesouros históricos no fundo do Pacífico

A poucos quilômetros da costa de San Diego, pesquisadores localizaram dois ativos navais que estavam desaparecidos há décadas, trazendo à tona um capítulo esquecido da história naval dos Estados Unidos.

A descoberta inclui uma aeronave de treinamento da Marinha dos EUA, que caiu em 1950, e o submarino USS F-1, afundado em 1917 durante um trágico acidente de treinamento em plena Primeira Guerra Mundial. Este achado, conduzido por uma equipe conjunta do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) e do Naval History and Heritage Command (NHHC) da Marinha dos EUA, destaca o avanço da tecnologia subaquática e o compromisso com a preservação da memória dos marinheiros que serviram.

O USS F-1, um submarino da classe F, colidiu com outro submarino norte-americano durante um exercício em 1917, afundando em poucos segundos. Dos 22 tripulantes a bordo, 19 perderam a vida, enquanto apenas três foram resgatados.

Os destroços do submarino foram encontrados a 400 metros de profundidade, em um estado notável de conservação, permitindo a produção de imagens e modelos 3D de alta qualidade. A aeronave de treinamento, embora mais recente, também foi localizada em condições que surpreenderam os pesquisadores, evidenciando a durabilidade dos materiais utilizados na construção naval e aeronáutica da época.

A expedição, liderada pelo arqueólogo subaquático Brad Krueger, do NHHC, e pelo piloto Bruce Strickrott, do WHOI, utilizou veículos subaquáticos autônomos e tripulados para explorar os destroços. Foram realizados sete mergulhos, cada um com duração de aproximadamente oito horas, como parte de um programa de treinamento para pesquisadores e mergulhadores.

A tecnologia oceânica avançada e o trabalho em equipe foram fundamentais para capturar perspectivas nunca antes vistas do submarino”, afirmou Strickrott. Sistemas de sonar de alta resolução mapearam os destroços e o fundo do mar ao redor, enquanto câmeras de alta definição registraram imagens detalhadas, integradas a modelos fotogramétricos que permitiram medições precisas do USS F-1 e da fauna marinha que colonizou os destroços ao longo de um século.

Por respeito aos 19 marinheiros que pereceram no acidente, o local do naufrágio foi tratado como um cemitério de guerra, e o interior do submarino não foi explorado. Em uma cerimônia realizada a bordo de um navio posicionado acima do local, a equipe prestou homenagem às vítimas, tocando um sino 19 vezes, uma para cada marinheiro perdido.

A história e a arqueologia têm tudo a ver com pessoas”, destacou Krueger. “Ler os nomes dos marinheiros em voz alta é uma forma de garantir que seus legados sejam lembrados.”

Essa descoberta não apenas resgata um marco da história naval, mas também demonstra o potencial das tecnologias modernas, como a fotogrametria e o sonar de alta resolução, na preservação do patrimônio subaquático. Para a Marinha dos EUA, a missão reforça a responsabilidade de honrar os sacrifícios de seus marinheiros, conectando passado e presente em um tributo à coragem e ao serviço.

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