Drones FPV: como equipamentos de R$ 3 mil viraram armas eficazes da Ucrânia

 

Com origem civil, drones de corrida adaptados destruíram 41 aviões militares russos e mudam dinâmica da guerra

Paulo Barros
A ofensiva da Ucrânia contra bases aéreas russas no domingo (1º) destacou o protagonismo de uma tecnologia simples e acessível: os drones FPV (First Person View). Equipamentos que custam menos de R$ 3 mil foram adaptados para fins militares e usados na operação Teia de Aranha, que destruiu 41 aeronaves estratégicas da Rússia, incluindo bombardeiros Tu-95 e aviões de vigilância A-50.

Como funcionam os drones FPV
Os drones FPV foram inicialmente desenvolvidos para uso civil, como filmagens de corridas ou atividades recreativas. No entanto, por serem compactos, ágeis e de difícil detecção por radares, passaram a ser incorporados por militares ucranianos para ataques de precisão.

Esses drones são operados por controle remoto com visão em tempo real, permitindo ao piloto manobrá-los com precisão até o alvo. Alguns modelos pesam até 3 kg e podem carregar ogivas explosivas. A Ucrânia desenvolveu variantes específicas como o “Baba Yaga”, capaz de transportar até 15 kg de explosivos e equipado com câmeras térmicas para ações noturnas.

Soldado ucraniano da 72ª Brigada Mecanizada Separada Chorni Zaporozhtsi das Forças Armadas Ucranianas, com o indicativo de chamada “Mikha”, opera um drone com visão em primeira pessoa (FPV) em direção às tropas russas, durante o cessar-fogo de três dias proposto unilateralmente pela Rússia, declarado em meio ao ataque russo à Ucrânia, perto de uma linha de frente na região de Dnipropetrovsk, Ucrânia, em 8 de maio de 2025. REUTERS/Alina Smutko

Vantagens militares
Segundo a inteligência ucraniana, 117 drones foram usados na operação, que gerou prejuízo estimado em mais de US$ 7 bilhões. A escolha pelos FPV se deu pelo baixo custo, facilidade de produção em larga escala e dificuldade de interceptação.

Ao contrário de mísseis convencionais, os drones FPV não exigem infraestrutura complexa para lançamento e podem ser usados em táticas de infiltração, como a aplicada na Teia de Aranha, em que os drones foram transportados clandestinamente dentro de caminhões até bases militares russas a milhares de quilômetros do front.
(com Financial Times, AP e Reuters)
InfoMoney – Edição: Montedo.com

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