Embaixada de Israel rebate críticas de Lula e alerta para Fake News e Antissemitismo

Por Redação DefesaNet

A Embaixada de Israel no Brasil quebrou um longo silêncio na noite de segunda-feira, 2 de junho, ao emitir uma nota oficial em resposta às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, no último domingo, 1º, acusou Israel de promover um “genocídio” na Faixa de Gaza.

A representação diplomática classificou as falas de Lula como parte de uma narrativa que, segundo ela, alimenta o antissemitismo global ao se basear em “propaganda e notícias falsas” disseminadas pelo Hamas, organização classificada como terrorista por Israel e diversos países.

Contexto das declarações

Durante um evento do Partido Socialista Brasileiro (PSB) em Brasília, Lula criticou as ações militares de Israel em Gaza, afirmando que “um Exército altamente profissionalizado” estaria “matando mulheres e crianças indefesas”.

Ele reforçou: “Isso não é uma guerra, é um genocídio”. As declarações acompanharam uma nota do Itamaraty, que condenou a expansão de assentamentos israelenses na Cisjordânia, considerada ilegal pelo direito internacional.

A resposta da Embaixada de Israel veio em tom firme, alertando para o risco de propagação de desinformação. “É fundamental não se deixar levar pela propaganda e notícias falsas da organização terrorista Hamas”, diz o comunicado, que acusa tais narrativas de utilizarem “eventos encenados, incidentes que não aconteceram, histórias falsas”. A embaixada ainda lamentou que “tem quem compre essas mentiras, que estão prejudicando israelenses e judeus no Brasil e no mundo todo”.

O conflito em Gaza

O atual conflito entre Israel e o Hamas teve início em outubro de 2023, com um ataque surpresa do grupo palestino que resultou em 1.200 mortes, majoritariamente civis, e no sequestro de mais de 250 pessoas. Desde então, a resposta militar israelense em Gaza tem gerado intensos debates internacionais.

Tensões diplomáticas

As relações entre Brasil e Israel atravessam um período de crise desde o início do terceiro mandato de Lula. A situação se agravou com a retirada do embaixador brasileiro em Tel-Aviv e a declaração do governo israelense, que classificou Lula como “persona non grata” em função de suas críticas.

A tensão pode se intensificar ainda mais com a iminente aposentadoria do embaixador Daniel Zonshine, que deixará o posto em menos de dois meses. Caso não haja substituição imediata, a Embaixada de Israel em Brasília poderá ficar sem um chefe de missão de alto escalão, um fato raro na diplomacia.

Reações no Brasil

A Confederação Israelita do Brasil (Conib) e o Grupo Parlamentar Brasil-Israel também se manifestaram sobre as declarações de Lula, expressando preocupação com o impacto das críticas presidenciais. A Conib reiterou a necessidade de um debate equilibrado, enquanto o grupo parlamentar defendeu a legitimidade das ações de Israel em sua defesa contra o terrorismo.

Implicações

O embate entre o governo brasileiro e a representação israelense reflete não apenas divergências sobre o conflito em Gaza, mas também o desafio global de combater a desinformação em tempos de polarização.

A nota da Embaixada de Israel reforça a narrativa de que críticas descontextualizadas podem exacerbar o antissemitismo, enquanto o governo brasileiro mantém sua posição crítica à política de Israel nos territórios palestinos.

Fontes: Metrópoles, Itamaraty, Embaixada de Israel no Brasil – Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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