Passaporte português: Moraes mandou prender Cid de madrugada, mas voltou atrás; delator prestou depoimento à PF

 

Cid é suspeito de ter buscado a cidadania portuguesa com a intenção de burlar restrições judiciais e sair do Brasil

A Polícia Federal estava prestes a prender Mauro Cid quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), avisou à cúpula do órgão que deveria aguardar porque a medida seria revogada em instantes. Agentes se preparavam para se dirigir à residência do ex-ajudante de ordens, no Setor Militar Urbano (SMU), em Brasília, mas foram avisados de que o mandado seria apenas para uma busca e apreensão.

Numa decisão emitida de madrugada, por volta da 1h00, Moraes havia determinado que a PF fosse às ruas logo pela manhã para levar à prisão tanto Cid quanto o ex-ministro do Turismo Gilson Machado. Os dois são suspeitos de buscar uma forma de viabilizar a cidadania portuguesa para Cid, abrindo caminho para que ele deixasse o país. A decisão de Moraes atendia a pedido da Procuradoria-Geral da República, que fora avisada pela PF sobre a movimentação de familiares de Cid para fora do Brasil.

Após o mandado de Machado ter sido cumprido, Moraes decidiu mudar a ordem mirando Cid: em vez de preso, ele deveria prestar esclarecimentos à PF, o que deve ocorrer ainda nesta sexta-feira, e sua casa deveria ser revistada. Na busca, o aparelho celular de Mauro Cid foi apreendido.

Depoimento durou três horas
Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal por mais de três horas nesta sexta-feira (13/06), em Brasília. Ele respondeu sobre a suspeita de ter buscado a cidadania portuguesa com a intenção de burlar restrições judiciais e sair do Brasil.

Segundo a investigação, o ex-ministro do Turismo Gilson Machado teria intermediado, em maio de 2025, a solicitação de um passaporte português junto ao consulado em Recife. A operação deflagrada nesta sexta resultou na prisão de Machado, que teria atuado diretamente para viabilizar a fuga de Mauro Cid.

A advogada Vânia Bittencourt, representante de Cid, afirmou à GloboNews que o militar e seus familiares já possuem cidadania e carteira de identidade portuguesas, mas que esses documentos não autorizam trânsito livre na Europa. A defesa assegurou que Mauro Cid não pretende deixar o país e se dispôs a entregar os documentos à Justiça.
O GLOBO/DIÁRIO DA MANHÃ – Montedo.com

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