Depoimento do general foi “um desastre”

Bela Megale
A avaliação que predominava na cúpula militar e também entre advogados que atuam no processo da trama golpista de que o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno era o que teria maior chance de ser absolvido mudou nos últimos dias.

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A avaliação é que o depoimento do general da reserva, realizado na semana passada, foi um “desastre”, mesmo com determinação imposta pelo seu advogado de que só ele faria perguntas.

Entre os integrantes das Forças Armadas, a leitura é de que essa oitiva era a oportunidade de Heleno reforçar que estava escanteado desde a entrada no centrão no governo Boslonaro e que não participou de reuniões onde se discutiu o plano de golpe e nem esteve no acampamento em frente ao Exército.

O maior erro do ex-ministro do GSI, na avaliação de integrantes da caserna e de advogados de outros réus da trama golpista, foi a resposta de que “não havia clima” para pedir à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que estava subordinada a sua pasta, a produção de documentos com informações falsas sobre a eleição de 2022.

Heleno não foi um dos nomes delatados pelo ex-ajudante de ordens da Presidência, Mauro Cid, em seu acordo firmado com a Polícia Federal. O material considerado o pior para o ex-ministro do GSI seria uma agenda com anotações com diretrizes de ataque às urnas.

Diante desse cenário, a leitura na cúpula militar é a de que o general da reserva teria um caminho menos complicado para se defender do que os demais colegas de farda, mas com a postura adotada em seu depoimento, diminuiu consideravelmente as chances de uma absolvição pelo STF.
O GLOBO – Edição: Montedo.com

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