Conflito entre Israel e Irã entra no radar das Forças Armadas para Cúpula do BRICS no Rio

Militares realizaram, nesta terça-feira (17), um treinamento simulando um possível ataque durante o evento. A Cúpula de Líderes do BRICS acontece nos dias 6 e 7 de julho, na capital carioca.

Pedro Bohnenberger
Rio – O conflito entre Israel e Irã já é considerado pelas Forças Armadas brasileiras no planejamento da segurança da Cúpula de Líderes do BRICS, que será realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Nesta segunda-feira (17), militares realizaram no Forte de Copacabana um treinamento contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares (QBRN), simulando um possível ataque durante o evento.

Na simulação, equipes do Exército montaram, em poucos minutos, laboratórios, câmaras de descontaminação e demonstraram como as forças devem atuar em ocorrências com agentes tóxicos. O exercício integra o plano de segurança para a cúpula, que contará com a presença de chefes de Estado dos 11 países-membros do BRICS — entre eles Brasil, Rússia, China, Índia, África do Sul, Arábia Saudita, Egito e Irã — além de representantes do BRICS+.

De acordo com o tenente-coronel André Bifano, comandante do Batalhão de Defesa QBRN do Exército, o contexto internacional está sendo levado em conta desde o início da elaboração do esquema de segurança.

“Nós estamos sempre fazendo uma análise de inteligência para sabermos das ameaças e atualizarmos nossa atuação. Então o evento que ocorreu nessas últimas semanas é mais um dado que a gente processa para que nós façamos a nossa preparação, o planejamento, para que nós consigamos fazer a melhor ação possível aqui dentro do contexto da segurança dos BRICS”, afirma.

O plano de atuação envolve Marinha, Exército e Aeronáutica operando em conjunto, com apoio da Polícia Federal, Polícia Militar, Guarda Municipal, Centro de Operações da prefeitura e agências reguladoras. Além do patrulhamento urbano e da escolta de autoridades, estão previstas ações de defesa cibernética, controle aeroespacial, uso de sistemas antidrone e antiaéreo, e varreduras em pontos estratégicos.

O tenente-coronel explica que o desafio, para este cenário estudado, é realizar todo o atendimento o mais rápido possível.

“A ameaça nuclear é diretamente relacionada à explosão de um artefato nuclear, de uma bomba. A ameaça radiológica nada mais é que você ter qualquer tipo de produto radiológico que pode estar numa clínica, que pode estar numa indústria e ele ser espalhado por meio de uma bomba suja. Então esse material radiológico ele se espalha de uma maneira mais localizada, enquanto que a bomba nuclear temos o efeito da explosão, o efeito térmico, além daquele cogumelo que vai espalhar essa contaminação radioativa onde essa nuvem de contaminação se espalhar. É justamente dar a resposta mais rápida possível”.

Cerca de 4 mil pessoas são esperadas para o encontro, incluindo empresários, jornalistas e autoridades. A prefeitura decretou feriado municipal no dia 7 de julho, para facilitar a mobilidade das comitivas. A estimativa é de que o evento movimente ao menos R$ 23 milhões na economia carioca.

Durante a cúpula, além do Museu de Arte Moderna, que também sediou o G20 no ano passado, o Palácio Gustavo Capanema será usado para compromissos paralelos. O Rio de Janeiro tem histórico de grandes eventos internacionais, como os Jogos Pan-Americanos de 2007, a Copa do Mundo de 2014, os Jogos Olímpicos de 2016 e a visita do Papa Francisco em 2013, além do próprio G20, que ocorreu no ano passado.
CBN

O post Conflito entre Israel e Irã entra no radar das Forças Armadas para Cúpula do BRICS no Rio apareceu primeiro em Montedo.com.br.