Simulação de defesa reúne as Forças Armadas e o Corpo de Bombeiros em demonstração de resposta rápida a ações não convencionais, como as químicas ou biológicas
Por Primeiro-Tenente (RM2-T) Milena e Segundo-tenente (RM2-T) Nathalia Canivello
Em preparação para a cúpula do BRICS, que será sediada no Rio de Janeiro (RJ), nos dias 6 e 7 de julho, as Forças Armadas iniciaram uma série de treinamentos especiais para reforçar a segurança do evento internacional.
Na terça-feira (17), a Marinha do Brasil (MB), o Exército Brasileiro (EB), a Força Aérea Brasileira (FAB) e o Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro atuaram de forma conjunta em uma demonstração operacional no Forte de Copacabana. A simulação testou diferentes cenários de ameaças, como incidentes nucleares, biológicos, químicos e radiológicos.
O processo de descontaminação foi uma das ações simuladas, que incluíram desde o isolamento da área afetada e proteção de possíveis vítimas de contaminação até a coleta e análise de materiais suspeitos. Esses treinamentos estabelecem linhas de ação, em caso de sinistro real, para a salvaguarda da população, dos chefes de Estado e das delegações que estarão presentes na cidade durante a Cúpula.
Nesse primeiro treinamento, foram empregados cerca de 140 militares e agentes do Corpo de Bombeiros, 11 viaturas e equipamentos como detectores e materiais de descontaminação.
A ação preventiva visa aumentar a eficácia da resposta de defesa em situações emergenciais, como as de natureza bioterrorista. Para o Comandante do 1º Batalhão de Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica do Exército, Tenente-Coronel André Luiz Bifano da Silva, a atuação conjunta das Forças Brasileiras é um modelo a ser seguido.
“Esse treinamento consegue reunir todas as capacidades da defesa e das agências que estão envolvidas na segurança da reunião do BRICS. Destacamos as ações de sensoriamento, descontaminação e evacuação de vítimas e essa atuação conjunta permite que mostremos a nossa coesão, além de atender a demanda de segurança da sociedade para que o BRICS seja realizado com sucesso e seja exemplo para outros países.”
Para o dia do evento, que ocorrerá no Museu de Arte Moderna (MAM), no Parque do Flamengo (RJ), a expectativa é de que a operação de segurança conte com mais de 200 militares.



Cúpula do BRICS reúne líderes globais no Rio de Janeiro
A edição de 2025 da cúpula reunirá os chefes de Estado dos países-membros do BRICS — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. O encontro também contará com os novos membros: Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Etiópia e Indonésia, que ingressaram no grupo no ano passado.
O objetivo do evento é discutir temas de desenvolvimento e cooperação entre as nações participantes. O Comandante do 2º Batalhão de Proteção e Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica da Marinha, Capitão de Fragata (Fuzileiro Naval) Leonardo Garcia, destaca a importância da presença da Marinha tanto nos treinamentos quanto na realização da cúpula. “A participação da Marinha, por meio dos Fuzileiros Navais, demonstra a capacidade de reação a uma ameaça que possa se concretizar, além de representar uma oportunidade para as Forças aplicarem e aprimorarem a interoperabilidade durante um evento de grande importância para as nações envolvidas.”

Capacidades da Marinha no enfrentamento de ameaças NBQR
Para a simulação, a Marinha contou com militares do 2º Batalhão de Proteção e Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) e com um laboratório móvel do Centro de Proteção e Defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica. Ambas as organizações integram o Sistema de Defesa NBQR da Marinha e são especializadas na atuação em ambientes contaminados.
Entre as ações executadas destacam-se a detecção, identificação, contenção e descontaminação, com o objetivo de proteger efetivos militares e civis em cenários de alta complexidade.
Subordinado a um dos principais comandos do Corpo de Fuzileiros Navais, o Comando da Divisão Litorânea, o Batalhão é uma das principais unidades da Força de Fuzileiros da Esquadra. Sendo dotado de capacidade expedicionária e elevada prontidão operativa, os militares da Divisão são empregados em operações anfíbias.
A atuação coordenada evidencia a capacidade da MB de operar com eficácia em situações críticas, tanto em território nacional quanto em missões internacionais.
Além da proteção contra ameaças não convencionais, estão previstos novos treinamentos com outras abordagens, como o adestramento de Mergulhadores de Combate e Comandos Anfíbios. As simulações estão programadas para a próxima semana, entre o Museu de Arte Moderna e a Marina da Glória, ambos no Rio de Janeiro.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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