China revela avanços nos caças J-35 e KJ-600

A China intensifica sua projeção de poder aeroespacial com a divulgação de imagens inéditas do caça furtivo naval J-35 e do avião de alerta aéreo embarcado KJ-600, reforçando a modernização acelerada de sua aviação militar.

As fotos, aparentemente de origem oficial, exibem detalhes técnicos e sugerem que ambos os sistemas estão próximos da maturidade operacional. Além disso, menções ao novo KJ-3000, baseado no cargueiro Y-20, indicam que Pequim busca dominar múltiplos domínios do combate aéreo.

J-35: O caça furtivo naval Chinês

O J-35, projetado para operar em porta-aviões como o Fujian (Type 003), é um marco no programa de aviação naval da China. As imagens recentes mostram dois protótipos: um equipado com instrumentos de teste e outro com configuração próxima à versão final, incluindo um radome que aponta para a integração de um radar AESA (Active Electronically Scanned Array) de última geração.

Características técnicas

  • Furtividade: O design do J-35 prioriza baixa assinatura radar, com superfícies lisas, entradas de ar em forma de “S” e revestimentos absorventes de radar. No entanto, refletores de radar temporários foram observados, prática comum em testes ou voos em espaços aéreos congestionados.
  • Armamento: Especula-se que o caça possua um canhão interno, uma capacidade que até o F-35 americano enfrentou desafios para implementar. Baías internas para mísseis ar-ar (como o PL-15) e ar-superfície reforçam sua versatilidade.
  • Propulsão: Embora os motores exatos permaneçam incertos, o J-35 provavelmente utiliza uma variante do WS-13 ou WS-21, com potencial para motores mais avançados no futuro.

Comparação com o F-35

O J-35 é frequentemente comparado ao F-35 Lightning II, mas seu foco é mais restrito, voltado para operações navais e superioridade aérea. Enquanto o F-35 é um caça multifunção com ênfase em interoperabilidade, o J-35 parece otimizado para cenários no Indo-Pacífico, onde a China busca contrabalançar as forças navais dos EUA e aliados.

Exportação

Rumores indicam que o Paquistão, parceiro estratégico da China, pode ser o primeiro cliente internacional, com uma possível encomenda de 40 unidades. Se confirmado, o J-35 marcaria a estreia de um caça furtivo chinês no mercado global, desafiando diretamente plataformas ocidentais como o F-35 e o Eurofighter Typhoon.

KJ-600: olhos no céu para a Marinha Chinesa

O KJ-600, desenvolvido pela Xi’an Aircraft Company, é um avião de alerta aéreo embarcado (AEW&C) projetado para operar nos porta-aviões chineses. Semelhante ao E-2 Hawkeye americano, o KJ-600 amplia o alcance de detecção de ameaças, funcionando como um centro de comando aéreo móvel.

Capacidades

  • Radar: Equipado com um radar AESA montado em um disco rotativo, o KJ-600 pode detectar alvos aéreos e marítimos a centenas de quilômetros, coordenando caças e mísseis em tempo real.
  • Autonomia: Testes desde 2020 sugerem que o KJ-600 tem autonomia suficiente para missões prolongadas, essencial para operações em alto-mar.
  • Integração: O KJ-600 será peça-chave no Fujian, o primeiro porta-aviões chinês com catapultas eletromagnéticas (EMALS), permitindo operações de longo alcance no Mar do Sul da China e além.

Impacto estratégico

Com o KJ-600, a Marinha do Povo Libertador (PLAN) ganha uma vantagem significativa em consciência situacional, reduzindo a dependência de bases terrestres e desafiando a supremacia naval dos EUA no Indo-Pacífico. Sua entrada em serviço, prevista para os próximos anos, consolidará a China como uma potência naval de alcance global.

KJ-3000: O futuro do alerta aéreo terrestre

Embora menos detalhado nas divulgações, o KJ-3000, baseado na plataforma do cargueiro estratégico Y-20, é mencionado como substituto do KJ-2000. Equipado com radares avançados e sistemas de comando, o KJ-3000 promete maior alcance e capacidade de processamento de dados, reforçando a vigilância aérea em cenários continentais.

Contexto

O Y-20, conhecido como “Chubby Girl”, é uma plataforma versátil, já usada para reabastecimento aéreo e transporte. A conversão em uma aeronave AEW&C indica que a China busca integrar suas capacidades logísticas e de combate, criando uma força aérea mais coesa.

Modernização da aviação chinesa

Os avanços do J-35, KJ-600 e KJ-3000 se somam a outros programas, como o caça furtivo J-20, o bombardeiro H-6N e o caça naval J-15T. Essa diversificação reflete a estratégia chinesa de construir uma força aeroespacial capaz de operar em múltiplos domínios, com ênfase em:

  • Furtividade: O J-35 e J-20 colocam a China entre as poucas nações com caças de 5ª geração operacionais.
  • Projeção de Poder: O KJ-600 e o Fujian permitem operações navais distantes, desafiando rivais no Indo-Pacífico.
  • Autonomia Tecnológica: A substituição de sistemas legados (como o KJ-2000) por plataformas domésticas reduz a dependência de tecnologia estrangeira.

Implicações geopolíticas

A divulgação dessas imagens não parece acidental. Pequim pode estar sinalizando confiança em suas capacidades, especialmente em meio a tensões com os EUA, Japão e Índia. A possível exportação do J-35 ao Paquistão também reforça a aliança sino-paquistanesa, criando um contrapeso à Índia, que opera caças Rafale e desenvolve seu próprio programa furtivo (AMCA).

Para o Ocidente, o ritmo da modernização chinesa exige respostas urgentes, incluindo maior investimento em contramedidas eletrônicas, caças de 6ª geração e sistemas AEW&C avançados. A competição aeroespacial no Indo-Pacífico está redefinindo o equilíbrio global de forças, com a China emergindo como um desafiante formidável.

As imagens do J-35 e KJ-600, aliadas às menções ao KJ-3000, confirmam que a China está consolidando sua posição como potência aeroespacial. Com investimentos em furtividade, vigilância e poder naval, Pequim não apenas moderniza sua aviação militar, mas também projeta influência global. Para nações rivais, o desafio é claro: adaptar-se rapidamente ou arriscar ficar para trás em um cenário estratégico cada vez mais competitivo.

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