Operação Atlas conclui primeira fase para exercício na Amazônia

Programa Estratégico de Comando e Controle de Defesa é destaque na Fase 1 da Operação Atlas

Brasília (DF) – Exercício conjunto mais avançado das Forças Armadas brasileiras no corrente ano, a Operação Atlas acaba de concluir sua primeira fase. Os resultados foram apresentados nesta quinta-feira, 10 de julho, na Escola Superior de Defesa (ESD), em Brasília. A etapa inicial do exercício concluiu com sucesso o Planejamento Conjunto, que envolve a integração estratégica entre as Forças, a definição de cenários e a coordenação logística.

A abertura do evento foi conduzida pelo Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, Almirante de Esquadra Renato Rodrigues de Aguiar Freire, que destacou o empenho dos militares envolvidos na primeira fase da Operação.

“Os resultados apresentados demonstram o esforço diário de quase duzentos militares das três Forças, empenhados em buscar soluções exequíveis para problemas historicamente identificados em planejamentos anteriores. Esta fase se caracterizou por ser intensa, desafiadora e, acima de tudo, produtiva.”

Durante o evento, além da exposição geral sobre a Fase 1, foram apresentadas também as conclusões sobre o deslocamento estratégico da Operação Atlas. O Chefe de Logística e Mobilização do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, General de Exército Marcelo Arantes Guedon, detalhou os números previstos de militares envolvidos nas próximas fases, bem como os principais desafios enfrentados até aqui.

A Fase 2 da Operação Atlas está prevista para ocorrer entre os dias 27 de setembro e 1º de outubro, marcando o início do deslocamento estratégico para a região amazônica. Já a terceira fase, entre os dias 2 e 11 de outubro, será dedicada à execução de atividades táticas e operacionais em terreno complexo, exigindo robusta capacidade logística das Forças.

O evento contou com a presença do Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro Filho; do Comandante da Marinha do Brasil, Almirante de Esquadra Marcos Sampaio Olsen; do Comandante interino do Exército, General de Exército João Chalella Júnior; do Comandante da Força Aérea Brasileira, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno; além de oficiais-generais das três Forças.

Operação Atlas: Exercício Conjunto de Alta Complexidade no Coração da Amazônia

Com foco na atuação sinérgica entre Marinha, Exército e Força Aérea, a operação testa e aprimora a capacidade nacional de resposta em cenários reais de combate, com especial atenção ao contexto amazônico, sob a coordenação do Ministério da Defesa.

Neste ambiente estratégico, de extrema relevância para a soberania nacional, o Exército Brasileiro tem papel central, liderando movimentações de larga escala, executando ações táticas e promovendo experimentações doutrinárias de ponta.

O papel do Exército na Operação Atlas

Sob a coordenação do Comando de Operações Terrestres, o Exército Brasileiro planeja e executa ações que envolvem:

Deslocamento e concentração estratégica de tropas e meios de todas as regiões do País;

Emprego tático de Forças de Emprego Estratégico, Módulos de Apoio e Forças de Emprego Geral;

Certificação de prontidão operacional conforme o Sistema de Prontidão Operacional do Exército (SISPRON);

Operações simuladas em múltiplos domínios: terrestre, cibernético, e informacional;

Adestramento avançado de Grandes Unidades, com foco em combate realístico e integração entre funções de combate;

Experimentações Doutrinárias voltadas à inovação no campo militar terrestre, com destaque para ações antiacesso (A2), negação de área (AD) e targeting em operações multidomínio.

A condução da operação é responsabilidade do Comando Militar da Amazônia (CMA), que aplica a doutrina vigente em condições desafiadoras de terreno, clima e logística, reafirmando o compromisso do Exército com a defesa dos interesses estratégicos do Brasil.

Programa Estratégico de Comando e Controle de Defesa é destaque na Fase 1 da Operação Atlas

Durante a Fase 1ª da Operação Atlas, realizada de 30 de junho a 11 de julho, na Escola Superior de Defesa (ESD) os participantes tiveram a oportunidade de conhecer de perto o Programa Estratégico de Comando e Controle de Defesa (PEC2) — uma iniciativa coordenada pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) que visa consolidar projetos integrados de Comando e Controle desenvolvidos, para utilização operacional em conjunto, pelas Forças Singulares.

O PEC2 tem como principal missão promover a interoperabilidade entre os sistemas e meios das três Forças, garantindo maior eficiência, precisão e agilidade na condução de operações conjuntas. A integração proporcionada por esse programa é fundamental para a construção de um ambiente operacional mais coeso e responsivo, especialmente em cenários complexos como o da Amazônia.

Entre os recursos apresentados, o IFFM4BR Criptocomputador NSM foi um dos destaques. Trata-se de um módulo criptográfico nacional do sistema IFF (Identification Friend or Foe), que opera em Modo Seguro Nacional (MSN) e oferece alta resistência a contramedidas eletrônicas. O equipamento é essencial para a identificação segura entre aeronaves e meios de superfície, contribuindo para a segurança das operações em ambientes com ameaça de guerra eletrônica, possibilitando maior segurança no Teatro de Operações.

Outro sistema de grande relevância foi o Sistema de Planejamento Operacional Militar (SIPLOM), uma ferramenta avançada de apoio à decisão no nível político-estratégico. Capaz de reunir e processar grandes volumes de dados operacionais em tempo real, o SIPLOM contribui para a geração de consciência situacional conjunta no Teatro de Operações (TO), fortalecendo o controle e a coordenação das ações militares.

A apresentação desses sistemas evidencia o avanço tecnológico e a maturidade dos projetos estratégicos de defesa do Brasil, especialmente no que tange à capacidade de resposta integrada das Forças Armadas diante de ameaças contemporâneas e assimétricas.

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