França vai investir 6,5 bi de euros em despesas militares
Estadão
O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou neste domingo, 13, um investimento extra de 6,5 bilhões de euros em despesas militares nos próximos dois anos devido às novas e sem precedentes ameaças, que vão desde a Rússia à proliferação nuclear, terrorismo e ataques online.
O líder francês apresentou os planos num discurso abrangente, apelando a esforços para proteger a Europa e apoiar a Ucrânia na sua guerra contra a invasão da Rússia. Ele afirmou que a França pretende gastar um total de 64 bilhões de euros em despesas anuais com a defesa em 2027 – último ano do seu segundo mandato. Isto será o dobro dos 32 bilhões de euros em despesas anuais quando se tornou presidente em 2017.
“Desde 1945, a liberdade nunca esteve tão ameaçada, e nunca tão gravemente”, disse Macron no tradicional discurso aos militares na véspera do feriado nacional do Dia da Bastilha. “Vivemos um retrocesso na ameaça nuclear, e uma proliferação de grandes conflitos”.
“Para sermos livres neste mundo, precisamos ser temidos. Para sermos temidos, precisamos de ser poderosos”, disse.
Macron insistiu que a França pode encontrar mais espaço para as forças armadas no orçamento, mesmo enquanto seu governo tenta reduzir as enormes dívidas nacionais. Os partidos conservadores e de extrema-direita defendem maiores gastos militares, enquanto os partidos de esquerda acusam o governo de, para isso, sacrificar benefícios sociais duramente conquistados.
O presidente argumenta que a Europa está em perigo por causa das guerras da Rússia na Ucrânia e no Médio Oriente – e porque “os Estados Unidos acrescentaram incerteza”. Também citou como risco as campanhas de desinformação online por parte de governos estrangeiros não identificados, incluindo propagandas dirigidas a crianças.
Macron ainda ordenou às principais autoridades militares da França que iniciassem um “diálogo estratégico” com os parceiros europeus sobre o papel que o arsenal nuclear francês poderia desempenhar na proteção do continente. Numa medida excepcional, a França e a Grã-Bretanha concordaram nos últimos dias em cooperar na agenda dee defesa nuclear.
O discurso de Macron aconteceu enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, deverá fazer um anúncio sobre a Rússia na segunda-feira, 14, e o chefe da Organização do Tratado do Atlântico Norte se desloca a Washington para dois dias de negociações. Trump anunciou na semana passada planos para vender armamento aos aliados da Otan, que poderia depois repassar para a Ucrânia, país que luta para repelir ataques aéreos russos maciços e complexos.
Pela primeira vez em três anos, Macron falou recentemente com o presidente russo, Vladimir Putin, mas o francês continua a ser alvo de críticas generalizadas na Rússia pelo seu apoio declarado à Ucrânia. O Kremlin defende que o conflito é consequência da decisão dos países ocidentais de ignorar os interesses de segurança da Rússia.
Na sexta-feira, o chefe das Forças Armadas francesas, General Thierry Burkhard, expôs os riscos que emanam da Rússia e que se estendem para muito além da Ucrânia. Segundo ele, a Rússia está interrompendo satélites para bloquear ou espiar o país, também está envolvida na sabotagem de infraestruturas submarinas e lidera campanhas de desinformação na França e na África. Burkhard afirmou que os submarinos de ataque russos penetram no Atlântico Norte e no Mediterrâneo, e os aviões militares russos interagem frequentemente com outras aeronaves sobre o Mar Negro, a Síria, o Mediterrâneo e o Atlântico Norte.
Numa entrevista publicada no domingo no La Tribune Dimanche, o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, apelou a mais investimentos franceses em tecnologia de defesa e a uma melhor formação de engenheiros e técnicos. “Grandes potências e certos países em proliferação estão trabalhando secretamente em computadores quânticos, que serão capazes de revolucionar o campo de batalha amanhã. Queremos manter-nos no jogo?”, questionou.
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MSN – Edição: Montedo.com
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