Ex-comandante da Aeronáutica diz ao STF que ataques nas redes no governo Bolsonaro tinham intenção de que mudasse ‘postura legalista’

 

Baptista Junior foi ouvido como testemunha da ação penal que julga réus do chamado “núcleo 4” da trama golpista

Sarah Teófilo
Brasília – Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira, o ex-comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior afirmou que passou a receber diversos ataques nas redes sociais e em alguns veículos de comunicação no fim de 2022, depois de se negar a apoiar uma tentativa de golpe de Estado. Baptista Junior foi ouvido como testemunha da ação penal que julga réus do chamado “núcleo 4” da trama golpista.

— Eu não tenho dúvida que os [ataques] que foram direcionados a mim e ao general Freire Gomes [ex-comandante do Exército] tinham em grande parte o intuito e que mudássemos a nossa postura legalista — disse após questionamento da Procuradoria-Geral da República.

O ex-comandante voltou a dizer que foi o ex-presidente Jair Bolsonaro que lhe repassou um relatório do Instituto Voto Legal (IVL) que questionava a lisura das urnas eletrônicas utilizadas nas eleições. Ele pontuou, ao ser questionado, que recebeu muita pressão e ataques nas redes sociais, ataques que, segundo ele, ocorrem até hoje. O militar foi ouvido como na condição de testemunha de defesa do ex-major do Exército Ailton Barros.

Em maio, Baptista Junior e Freire Gomes foram ouvidos como testemunhas de acusação na ação penal do chamado “núcleo 1” da trama golpista, que tem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como um dos réus. Os dois confirmaram terem participado de reuniões nas quais Bolsonaro discutiu medidas para tentar reverter o resultado das eleições presidenciais.
O GLOBO

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