“Crápula” é o termo mais sóbrio ouvido contra Cid no Forte Apache, diz jornalista

 

Comando da Força, mesmo com o perdão do STF, está decidido a submeter Cid ao Conselho de Justificação

Em artigo no Estadão, o analista Marcelo Godoy conclui que o Procurador Geral da República fez um favor ao Exército pedindo a anulação da delação premiada de Mauro Cid.

A possibilidade de que o tenente-coronel seja condenado a pena superior a dois anos de prisão permitiria ao Comando do Exército expulsá-lo da Força, após ser submetido ao Conselho de Justificação.

A verdadeira colaboração prestada por Cid às investigações, lembra Godoy, foi involuntária: ele não apagou a lixeira de sua caixa de e-mails, onde a PF achou as provas que o encurralaram.

Assim, Paulo Gonet presta um serviço ao Exército ao pedir que Cid não tenha todos os benefícios da colaboração em razão de seu comportamento. É que o comando da Força, mesmo se tivesse o perdão do STF, estava decidido a submeter Cid ao Conselho de Justificação, como os demais réus. O termo mais sóbrio com o qual Cid é tratado no Forte Apache é “crápula”.

Como os generais estão alertando, todos os envolvidos na operação psicológica feita em 2022 ao arrepio dos comandantes com o objetivo de desacreditar o Alto-Comando, emparedá-lo e incentivar coronéis a ultrapassar os generais e tomar a frente de um movimento golpista serão excluídos do Exército.

Godoy cita a conversa relatada nos autos do coronel Reginaldo Vieira de Abreu com o general Mário Fernandes, o kid preto por trás do Plano Punhal Verde e Amarelo.

Disse Abreu:“O Alto-Comando tem que acabar, mexe na promoção dos generais e só se promove, nos próximos oito anos, só um general quatro estrelas. Aí acaba essa palhaçada de unanimidade”.

Fernandes concordou: “Tem o dissidente, tem os filha da p… lá já tá comprovado”.

Nas suas alegações finais, Gonet citou as condutas de muitos desses oficiais, hoje réus na ação pelo golpe. O procurador mostra que o destino deles será o mesmo de Bolsonaro e dos generais de seu governo. A depender de Gonet, todos terão seus nomes atirados ao rol dos culpados, conclui o jornalista.

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