Se a Base Industrial de Defesa e Segurança já enfrentava dificuldades surgem obstáculos quase instraponíveis
Nelson During
Editor-chefe DefesaNet
Nota DefesaNet
No dia 26JUN2025, publicamos a matéria “Notas Estratégicas BR – Indústria de Defesa move-se para o Paraguai?.
Nela falávamos das dificuldades de a Base Industrial de Defesa e Segurança exportar. Os óbices criados a todo momento para atender às demandas do Mercado Externo.
Agora com a perspectiva da taxa de 50% a ser imposta por Washington, a partir do dia 01AGO2025. a situação se agrtavou para quem atende ao mercado americano, como é o casa da TAURUS.
O CEO Salésio Nuhs declara: “a taxação inviabiliza a empresa (Taurus) no Brasil.
A declaração foi publicada pelo Portal Berlinda.com de autoria de Alex Gunther, de 17JUL2025
Alex Gunther
São Leopooldo – RS
17 JULHO 2025
Berlinda.com
A escalada nas tensões comerciais entre Brasil e Estados Unidos, especialmente após o anúncio da taxação de 50% sobre a importação de produtos brasileiros a partir de agosto, gerou alarme entre empresários gaúchos. Em entrevista ao programa Tá na Hora, da Berlinda, o CEO Global da Taurus, Salésio Nuhs, fez um alerta grave: caso a tarifa seja mantida, a empresa estuda transferir toda a sua operação do Brasil para os EUA, o que pode representar o fechamento da fábrica de São Leopoldo, onde hoje trabalham diretamente 3 mil pessoas.
Segundo Salésio, a decisão não é uma ameaça, mas uma medida de sobrevivência diante da inviabilidade econômica causada pela taxação. “Se realmente perdurar essa questão da taxação de 50%, várias empresas e vários segmentos no Brasil ficarão inviabilizados. Ela não significa simplesmente diminuir margem. Significa inviabilidade total. Não existe margem que possa cobrir uma taxação de 50%.”, afirmou.
A Taurus, uma das maiores fabricantes de armas do mundo, possui uma planta nos Estados Unidos há mais de quatro décadas. A filial americana pode absorver a produção, caso o cenário no Brasil se torne insustentável.
15 mil empregos em risco no Rio Grande do Sul
Ainda segundo o CEO, a Taurus emprega diretamente cerca de 3 mil pessoas em São Leopoldo, mas o impacto da cadeia produtiva é muito maior, com 15 mil empregos envolvidos no Rio Grande do Sul. Isso inclui profissionais de transporte, fornecedores, despachantes, metalurgia e serviços diversos que orbitam a operação da empresa.
“Do ponto de vista de emprego e renda para o município, é uma tragédia. E a nossa maior preocupação é a falta de habilidade do governo brasileiro em negociar essa situação com os Estados Unidos.”, completou.
Crítica à diplomacia brasileira e insegurança jurídica
Salésio criticou abertamente a atuação do governo brasileiro, citando falhas graves na condução diplomática do caso. De acordo com ele, uma carta enviada pelo Brasil em maio — quando a tarifa era de apenas 10% — sequer foi respondida pelo governo americano, algo considerado grave no meio diplomático.
“Em termos diplomáticos, isso é uma tragédia. Isso mostra a nossa falta de competência para discutir um assunto dessa magnitude”, apontou.
O empresário também destacou o clima de insegurança jurídica instaurado pela falta de clareza do governo brasileiro e a ausência de respostas práticas para evitar que a taxação se concretize. “Essa falta de habilidade está trazendo uma insegurança jurídica muito grande para os empresários do Brasil e uma insegurança para o trabalhador, que pode perder seu emprego simplesmente porque o governo não conseguiu negociar”, avalia o CEO.
Encontros com autoridades e mobilização empresarial
Salésio informou que está se articulando com autoridades estaduais e nacionais para buscar uma solução diplomática urgente. Ele já conversou com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e nesta semana terá uma reunião com Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e com o cônsul dos EUA. “Estamos tentando entender quais ações podem ser feitas. Mas se nada for feito rapidamente, teremos que tomar medidas concretas de sobrevivência empresarial”, conjectura Salésio.
Impacto direto em São Leopoldo e PIB regional
A possível saída da Taurus de São Leopoldo traria efeitos catastróficos para a economia local. Estima-se que R$ 520 milhões em exportações da cidade estejam diretamente ligados ao mercado americano, o que representa 4,7% do PIB municipal. Uma redução ou paralisação dessas atividades pode gerar uma recessão regional com demissões em massa.
O post Notas Estratégicas BR – Salésio Nuhs – Taxação americana pode inviabilizar fábrica de São Leopoldo e afetar 15 mil empregos no RS apareceu primeiro em DefesaNet.