Prioridade da aquisição foi classificada como emergencial
Carlos Martins
O Exército Brasileiro definiu como prioridade emergencial a aquisição de sistemas de defesa antiaérea de médio e longo alcance, com o objetivo de preencher uma antiga lacuna na proteção da força terrestre.
Atualmente, o EB conta apenas com sistemas de baixa altitude, como o sueco SAAB RBS-70 NG e o blindado Gepard, desenvolvido a partir do tanque alemão Leopard 1. Esses equipamentos são eficazes contra ameaças em baixas altitudes, mas não impedem que aeronaves inimigas invadam o espaço aéreo e lancem mísseis de cruzeiro, por exemplo.
A nova prioridade foi classificada como emergencial, o que, segundo a legislação brasileira, permite a dispensa de processo licitatório. De acordo com as definições do Exército, sistemas de média altura são aqueles capazes de engajar alvos entre 3 mil metros (10 mil pés) e 15 mil metros (50 mil pés), enquanto os de alta altura operam acima dos 15 mil metros (50 mil pés).
Entre os principais candidatos está o sistema alemão IRIS-T SLM/SLS, da Diehl Defence, que utiliza o míssil IRIS — já empregado nos caças Gripen da Força Aérea Brasileira — e pode ser integrado aos radares Giraffe da SAAB, também participante do consórcio de produção do armamento, e que fabrica o caça brasileiro.
Outro sistema cotado é o EMADS, da MBDA (joint-venture entre Airbus, BAE Systems e Leonardo). Segundo reportes iniciais, o modelo europeu tornou-se o favorito após a desistência da compra do sistema indiano Akash, oferecido apenas em sua versão antiga, produzida integralmente na Índia.

Menos cotado, mas ainda em avaliação, está o sistema da foto acima, que é o Aster (SAMP/T), da francesa Eurosam — uma parceria entre MBDA e Thales. Amplamente utilizado em plataformas navais, o Aster também conta com versões lançadas a partir de veículos terrestres.
Os sistemas russos S-300 e S-400 foram descartados por razões diplomáticas e pelo histórico negativo de suporte logístico por parte de Moscou, agravado após a invasão da Ucrânia, que expôs diversas falhas nesses equipamentos.
A Portaria nº 1.566, de 8 de julho, classificou oficialmente a aquisição desses sistemas como prioridade emergencial. A expectativa é que, até 2031, um Grupo de Artilharia Antiaérea (GAAe) seja estruturado com uma bateria de comando e duas baterias de mísseis. Um segundo grupo, com a mesma configuração, deverá ser ativado até 2039.
Ainda não há data definida para a assinatura do contrato, nem valores estimados para a aquisição dos sistemas antiaéreos.
The Brazilian Army has classified the purchase of medium/high-altitude anti-aircraft systems as an emergency priority. In other words, These systems will be acquired as quickly as possible without a bidding. 1/3 pic.twitter.com/5friBVN1wY
— 2S7 Pion (trost) (@Trotes936897) July 19, 2025
AEROIN – Edição: Montedo.com
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