Em diversas regiões do mundo, a existência de Forças Armadas é vista como um requisito para garantir a soberania e a segurança nacional. No entanto, há países que vivem uma realidade distinta e, por razões históricas ou circunstanciais, optaram por não manter exércitos nem estruturas militares permanentes. Esses territórios apresentam exemplos singulares de organização e demonstração de que a defesa nacional pode seguir caminhos alternativos.
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Quais países não possuem Forças Armadas em 2025?
Atualmente, cerca de 20 Estados soberanos ao redor do planeta não mantêm Forças Armadas. Entre eles, destacam-se exemplos como Costa Rica, Islândia, Liechtenstein, Palau e Vanuatu. Cada uma dessas nações segue caminhos diferentes para garantir sua defesa, apoiando-se em tratados internacionais, policiamento local reforçado ou alianças com outras potências.
No caso da Costa Rica, a abolição do exército ocorreu em 1948 e a Constituição do país veda a reativação das forças armadas. Já a Islândia, embora não tenha exército, é membro da OTAN, que proporciona suporte militar em situações emergenciais. Pequenos Estados insulares, como Palau e Nauru, contam com parcerias estratégicas, em geral com nações maiores, para enfrentar eventuais riscos externos.

Por que alguns países vivem bem sem exército?
O motivo para a ausência de Forças Armadas vai além de simples decisões políticas. Em muitos casos, a localização geográfica proporciona barreiras naturais que dificultam conflitos armados. Países insulares ou de pequena extensão territorial, por exemplo, são menos propensos a enfrentar ameaças diretas de invasão. Além disso, a manutenção de exércitos pode representar um custo elevado, desviando recursos importantes de áreas como saúde, educação e infraestrutura.
Governos de países sem forças armadas argumentam que a neutralidade e a diplomacia reforçada permitem evitar atritos internacionais. Essa postura é reforçada por instrumentos como o direito internacional e pactos de não-agressão. Assim, a prioridade recai na promoção da paz interna, investindo em forças policiais civis para garantir ordem e segurança, sem recorrer à militarização.
Como funciona a segurança em lugares sem Forças Armadas?
Apesar de não possuírem exército, as nações sem forças armadas mantêm mecanismos de proteção social e controle interno. A responsabilidade pela ordem costuma ser atribuída a instituições policiais fortemente treinadas, com atribuições que variam conforme cada contexto. Além das forças policiais convencionais, algumas nações contam com guarda-costeira própria ou mecanismos de defesa civil, voltados para emergências e desastres naturais.
- Tratados de Defesa: Pequenos Estados frequentemente firmam acordos formais de proteção militar com países de maior porte.
- Corpos Policiais Reforçados: As tarefas de vigilância e patrulhamento substituem funções que, em outros países, seriam administrativas ou operacionais do exército.
- Investimento em Diplomacia: Estratégias diplomáticas ganham destaque, fortalecendo relacionamentos internacionais e prevenindo situações de conflito.
Adicionalmente, a estabilidade interna é mantida por meio de políticas de inclusão e justiça social, criando uma sociedade menos vulnerável a crises e tensões que poderiam gerar insegurança.

Quais vantagens e desafios enfrentam esses países?
Dentre os principais benefícios identificados, destaca-se a possibilidade de destinar recursos tradicionais do orçamento militar para o desenvolvimento social. Educação e saúde, por exemplo, tendem a ser mais contempladas em países que não precisam arcar com os altos custos de manutenção de forças armadas. Esse cenário pode gerar impactos positivos no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
No entanto, a ausência de exército não está livre de obstáculos. Uma das maiores preocupações gira em torno da necessidade de resposta diante de ameaças internacionais ou desastres naturais de grande escala. Dependência de acordos externos pode tornar a segurança vulnerável caso haja mudanças nas relações internacionais ou rupturas em parcerias estratégicas. Adaptar-se a um cenário de perigos imprevistos continua sendo um desafio constante para essas nações.
Embora a não existência de forças armadas permanentes seja uma alternativa possível para certos países, a decisão depende de fatores históricos, culturais e geográficos. Ao observar a trajetória dessas nações, percebe-se que a confiança em soluções diplomáticas e a busca pelo fortalecimento de instituições civis representam uma abordagem diferenciada em segurança nacional no cenário global atual.
aqui (Correio Braziliense) – Edição: Montedo.com
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