Guilherme Marques de Almeida foi um dos réus ouvidos pelo STF na ação sobre tentativa de golpe. Alvo de operação da PF em 2024, o oficial desmaiou durante abordagem da corporação.
Giullia Colombo e Gabriela Guido
Brasília – O tenente-coronel do Exército Guilherme Marques de Almeida negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24) que tenha trocado mensagens no final de 2022 com o objetivo de incitar uma mobilização pública contra o resultado das eleições.
O militar se refere a uma mensagem sua usada na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), em que ele dizia a um contato chamado “Renata” que as pessoas deveriam ir ao Congresso para ver uma ação das Forças Armadas em relação às eleições de 2022. Segundo o réu, Renata era uma “pessoa comum” e não tinha qualquer poder de massificar o alcance desse texto.
No interrogatório, o réu na ação penal por tentativa de golpe disse que as Forças Armadas teriam que ser estimuladas a agir por algum poder. Ele disse que não enxergava possibilidades de ações antidemocráticas porque não identificava uma “liderança”. Por fim, declarou que as mensagens foram compartilhadas em uma conversa privada, em tom de brincadeira.
“Eu tinha uma preocupação muito grande com as imagens das Forças [Armadas]. A minha intenção é que as pessoas saíssem da frente dos QGs porque eu sabia que as Forças Armadas não iriam agir por conta própria e, sim, por iniciativa de algum poder”, declarou.
Guilherme de Almeida é acusado de criar e propagar em massa informações falsas e conteúdo antidemocrático sobre o Poder Judiciário e contra as eleições brasileiras com o objetivo de perpetuar o sentimento de desconfiança popular.
Ele nega que tenha participado de grupos para compartilhar notícias políticas. No entanto, diz que participava de fóruns em aplicativos de mensagens com civis e militares que tinham o objetivo de fazer um “repositório de notícias, e nada mais”.
O tenente-coronel faz parte do núcleo quatro da trama golpista, que é acusada de participar da elaboração de um relatório fraudulento sobre a manipulação das urnas de votação, que embasou conteúdos falsos disseminados nas redes sociais e também uma representação do Partido Liberal (PL) no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra o resultado do pleito eleitoral de 2022.
A PGR acusa os envolvidos de divulgar informações sabidamente falsas para manter a mobilização popular que culminaria nos atos extremistas do 8 de janeiro de 2023. O conteúdo também serviria para pressionar os comandantes das Forças Armadas a aderirem ao golpe.
Desmaio durante ação da PF
Almeida deixou o comando do 1º Batalhão de Operações Psicológicas, com sede em Goiânia em fevereiro do ano passado. Na época, ele foi alvo de operação da PF deflagrada contra o grupo, suspeito de planejar o golpe, com indícios de tentativa de assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes.
Segundo o site Metrópoles, o tenente-coronel desmaiou durante operação da PF, da qual foi um dos alvos e precisou ser socorrido às pressas.
Valor/Montedo.com
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