Senador afirma que resultado eleitoral seria diferente com sua presença na chapa; relação com Bolsonaro foi marcada por tensões
O senador e ex-vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos-RS) disse que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teria sido reeleito se ele, e não Walter Braga Netto, tivesse sido o candidato a vice na chapa em 2022.
“Quando o Bolsonaro escolheu, não quis mais que eu fosse o vice dele, ele deixou de me chamar para reunião ministerial, eu não participei de mais nada. Eu acho que, se eu tivesse sido o candidato a vice, nós teríamos ganho”, declarou Mourão em entrevista à Folha de S.Paulo.
Além disso, questionado sobre o que teria acontecido em relação aos processos que Bolsonaro e Braga Netto enfrentam no STF (Supremo Tribunal Federal) caso a chapa tivesse vencido, o senador respondeu: “Nada, não tinha acontecido nada, estava todo mundo feliz da vida”.
Mourão não falou sobre o que o leva a acreditar que sua presença na chapa mudaria o resultado eleitoral.
A relação entre Mourão e Bolsonaro foi marcada por tensões durante o mandato presidencial. O senador reconheceu a existência de uma “guerra fria” com o ex-presidente durante o mandato e lamentou que Bolsonaro nunca o tenha procurado para resolver os desentendimentos.
“É óbvio que eu teria tido uma conversa com ele mais detalhada a respeito do meu papel, para evitar os choques que ocorreram e que não precisavam ter ocorrido”, disse.
Entre os generais que ocuparam cargos importantes no governo anterior, Mourão é um dos poucos sem problemas judiciais relacionados às supostas conspirações golpistas do final do mandato presidencial.
No processo do STF, ele figura como testemunha de 4 réus –os generais Augusto Heleno, Braga Netto, Paulo Sérgio Nogueira, além do próprio Bolsonaro. Os 4 integram o núcleo 1 do processo, denunciados pela PGR (Procuradoria Geral da República) como líderes da organização criminosa que teria planejado um golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
BRAGA NETTO
Em dezembro de 2024, Braga Netto foi preso com base na suspeita de que teria tentado obter informações sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Em abril deste ano, Mourão visitou Braga Netto no quartel-general da 1ª Divisão de Exército, na Vila Militar, no Rio. Segundo Mourão, eles não discutiram o processo judicial, limitando-se a “amenidades”.
Mourão afirmou considerar a prisão de Braga Netto “injusta e absurda, porque ele não estava obstruindo a Justiça”.
“Mas, dentro da visão que o Alexandre de Moraes tem, é simbólico. Ele mantém um general de 4 estrelas preso”, disse.
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