Porta-Aviões Fujian Marca Nova Era na Projeção Naval da China

A Marinha do Exército de Libertação Popular (PLAN) da China deu um passo decisivo rumo à operacionalização de seu primeiro porta-aviões com sistema de catapultas eletromagnéticas, o Fujian (Tipo 003). Imagens recentemente divulgadas pela mídia estatal chinesa revelam, pela primeira vez, caças J-15T posicionados para decolagem com pós-combustão acionada, além de sombras de aeronaves sobrevoando o convés, indicando que a embarcação avança em testes de operações aéreas de alta complexidade.

O Fujian já completou oito ciclos de testes marítimos desde maio de 2024 e, segundo fontes oficiais, deverá ser comissionado até o final de 2025. O navio representa um marco na modernização da força naval chinesa, sendo o primeiro porta-aviões do país a abandonar o sistema STOBAR (Short Take-Off But Arrested Recovery), baseado em rampas inclinadas, em favor de um sistema de lançamento por catapulta eletromagnética (EMALS), similar ao empregado pelos porta-aviões da classe Gerald R. Ford da Marinha dos EUA.

Ao adotar diretamente o sistema EMALS, sem transição por catapultas a vapor, a China demonstra ambição tecnológica e capacidade industrial crescente. O sistema permite lançamentos mais eficientes e com menor estresse estrutural sobre aeronaves, possibilitando o emprego de uma ala aérea diversificada, incluindo caças stealth J-35, aeronaves de alerta antecipado KJ-600 e veículos aéreos não tripulados (VANTs).

Além do Fujian, a PLAN expande suas capacidades de projeção com o desenvolvimento de novos navios de assalto anfíbio, como o Tipo 076 Sichuan, que também deverá empregar catapultas para lançamento de drones e aeronaves de asa fixa.

O avanço naval chinês ocorre em um contexto de crescentes tensões com os Estados Unidos e aliados no Indo-Pacífico. Relatórios de inteligência de Taiwan e declarações de autoridades de defesa sugerem que Pequim intensifica seus preparativos militares com foco em uma possível ação contra Taiwan até 2027. O fortalecimento da capacidade expedicionária chinesa, incluindo meios de ataque e projeção aeronaval, reforça a preocupação da comunidade internacional quanto a uma escalada no estreito de Taiwan.

A entrada em serviço do Fujian consolidará a China como o terceiro país no mundo com capacidade plena de lançamento de aeronaves por catapultas, projetando poder aéreo de forma global e redefinindo o equilíbrio estratégico no Indo-Pacífico.

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