U-2 Dragon Lady celebra 70 Anos com missão de longa duração sobre os EUA

Força Aérea dos Estados Unidos (USAF) marcou os 70 anos do primeiro voo da aeronave de reconhecimento U-2 Dragon Lady com uma missão histórica de longa duração, reafirmando a resiliência e relevância operacional da plataforma, mesmo às vésperas de sua aposentadoria.

A missão, designada DRAGON70, foi conduzida por uma tripulação da 9ª Ala de Reconhecimento, com decolagem da Base Aérea de Beale, Califórnia, na noite de 31 de julho. A aeronave sobrevoou os 48 estados continentais norte-americanos, cobrindo mais de 6.000 milhas náuticas (aproximadamente 11.100 km) e permanecendo em voo por mais de 14 horas, estabelecendo um novo recorde de duração para sua categoria operacional.

Embora o objetivo inicial de ultrapassar a marca anterior de altitude não tenha sido alcançado, a missão teve como foco a celebração da história do U-2, que realizou seu voo inaugural em 1º de agosto de 1955, no contexto da Guerra Fria.

Projetado para voar a altitudes superiores a 70 mil pés (21.300 metros), o U-2 foi concebido para missões estratégicas de coleta de inteligência sobre o território soviético. Com o passar das décadas, o vetor foi modernizado com sensores eletro-ópticos, infravermelhos e capacidades de inteligência de sinais (SIGINT), mantendo-se operacionalmente relevante. Em 2023, a plataforma foi empregada no monitoramento do balão de vigilância chinês que sobrevoou os Estados Unidos, demonstrando sua utilidade em missões emergenciais.

Apesar disso, analistas militares destacam a crescente vulnerabilidade do U-2 frente a modernos sistemas de defesa aérea integrados (IADS), sobretudo em cenários envolvendo a China ou a Federação Russa. A elevada assinatura de radar e a previsibilidade de suas rotas tornam a aeronave suscetível a interceptações — fator decisivo para os planos de desativação da frota, atualmente prevista para ocorrer até 2026.

O histórico incidente de 1960, no qual o piloto Francis Gary Powers foi abatido em território soviético, permanece como lembrança do risco operacional. Ainda assim, o U-2 oferece vantagens táticas distintas em relação aos satélites, como a flexibilidade de replanejamento em tempo real e a capacidade de vigilância prolongada sobre áreas de interesse, inclusive em apoio a missões domésticas, como a patrulha da fronteira sul dos EUA.

A missão DRAGON70 reafirma que, mesmo após sete décadas de operação, a lendária Dragon Lady segue como um dos ícones da aviação militar norte-americana.

Fonte: The War Zone | Imagem: X/@usairforce

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