Presidente da Comissão Desportiva Militar declarou à comissão do Senado que a falta de previsibilidade no financiamento do esporte militar pode comprometer do projeto Atletas de Alto Rendimento e programas sociais de incentivo ao esporte
Raissa Abreu
O esporte militar brasileiro quer receber parte dos recursos arrecadados com as bets. Foi o que afirmou à Comissão dos Esportes o general Paulo Afonso de Melo, presidente da Comissão Desportiva Militar do Brasil.
De acordo com os participantes da audiência que tratou dos programas militares de incentivo ao esporte, entre eles o Programa de Incorporação de Atletas de Alto Rendimento, a falta de previsibilidade e de continuidade no orçamento pode comprometer os resultados dos projetos. O Programa foi responsável por onze das vinte medalhas que o Brasil trouxe para casa nas Olimpíadas de Paris.
Esses programas todos sobrevivem de parcerias, contribuições, de emendas parlamentares e de cortes nos orçamentos do Ministério da Defesa e das três Forças. Diversas áreas de atuação das Forças que abrem mão de um militar vocacionado para a atividade-fim das Forças armadas para receber um atleta.
Além de atletas de alto rendimento, o Ministério da Defesa atende crianças e adolescentes com deficiência e em situação de vulnerabilidade. Paulo Afonso explicou que a Lei Geral do Esporte inclui o esporte militar como um subsistema do Sistema Nacional do Esporte. Apesar disso, os programas do esporte militar não foram incluídos entre os entes esportivos beneficiados pela Lei das Bets.
A senadora Leila Barros, do PDT do Distrito Federal, presidente da comissão e quem propôs a audiência, e o senador Chico Rodrigues, do PSB de Roraima, se comprometeram a tratar do tema com o relator da medida provisória que redistribui os recursos das bets, deputado Carlos Zarattini, do PT de São Paulo.
As bets hoje são uma realidade dentro do esporte. Hoje, as bets são o principal patrocinador do futebol e de praticamente todas as modalidade no país. Existe um casamento, mas esse casamento tem que ser regrado. A gente sabe que as bets estão viciando o país, e é ruim, isso. Mas sei que o cobertor para o esporte é curto.
De acordo com informações do Ministério da Defesa, os programas Força no Esporte, que atende crianças e adolescentes da rede pública de 125 cidades brasileiras, e João do Pulo, voltado a crianças e adolescentes com deficiência e presente em 18 cidades do Brasil, já beneficiaram 300 mil crianças.
A audiência contou com a participação de atletas de alto rendimento, de atletas paraolímpicos, de representantes do comitê paralímpico brasileiro e de diversas crianças e jovens atendidos pelos programas de incentivo ao esporte das Forças Armadas do Distrito Federal.
Rádio Senado – Edição: Montedo.com
O post General quer usar recursos das bets para programas de esporte das Forças Armadas apareceu primeiro em Montedo.com.br.