Fim da era americana? Brasil busca na China a autonomia militar que os EUA negaram

 

Em junho de 2025, um decreto inédito envia generais para Pequim e abre portas para tanques, caças e tecnologia chinesa, redefinindo décadas de aliança militar com Washington.

Carla Teles

Décadas de dependência e pouca tecnologia

Apesar de vários acordos, como o de Assistência Militar de 1952 e o de Cooperação em Defesa de 2010, a parceria com Washington falhou em seu ponto mais sensível. Conforme fontes do setor, o mais importante – a transferência de tecnologia – praticamente não ocorreu. Um exemplo notório foi em 2020, quando negociações da Avibras com os EUA foram frustradas por questões de controle de exportação, baseadas no ITAR, a rígida legislação americana para armas e tecnologia.

As ofertas de Pequim: armamentos e cooperação estratégica

Imagem: Veículo de combate VN-20.

Em contraste com a postura americana, a aproximação com a China já rendeu propostas concretas. Pequim colocou sobre a mesa uma gama de armamentos avançados, incluindo:

  • O tanque de batalha principal VT-4.
  • O veículo de combate de infantaria VN-20.
  • Um obuseiro autopropulsado, capaz de usar munição padrão OTAN.
  • O caça Chengdu J-10, como alternativa suplementar à frota existente.

Além do campo militar, a parceria fortaleceu o programa de satélites CBERS e expandiu a cooperação para áreas como energia nuclear civil, inteligência artificial e biotecnologia.

Brasil e China: um caminho para a autonomia bélica

Esta nova direção não representa um alinhamento automático com Pequim. A estratégia brasileira é usar a competição entre as potências para criar oportunidades. Ao diversificar seus parceiros, o Brasil busca negociar melhores condições e, finalmente, ganhar, gradativamente, uma maior e mais sólida autonomia bélica no cenário global.
CPG Click Petróleo e Gás – Edição: Montedo.com

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