EUA envia contingente militar ao Paraguai para centro antiterrorista e Brasil perde protagonismo militar na Tríplice Fronteira

 

Centro antiterrorista terá como alvo membros do Hezbollah e do crime organizado e contará com 120 militares
Madu Toledo
Os Estados Unidos e o Paraguai firmaram, na quinta-feira (14/8), um acordo de cooperação bilateral para tratar pedidos de proteção e asilo. Na prática, o memorando visa agilizar o processamento de solicitações, combater a imigração ilegal e fortalecer a segurança nas fronteiras, reforçando a parceria estratégica entre os países.

Entre as medidas previstas para a implementação do acordo está a criação de um centro antiterrorista, com agentes treinados pelo Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos (FBI), na tríplice fronteira com a Argentina e o Brasil. O espaço terá como alvo membros do grupo Hezbollah e do crime organizado.

“Este é apenas mais um exemplo de cooperação e da capacidade de trabalharmos juntos para prevenir algo com que nós — ambos os países — estamos muito preocupados, que é a migração ilegal e irregular, que representa uma ameaça à segurança nacional. Portanto, a capacidade de trabalharmos juntos nisso em parceria é extraordinária”, afirmou o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, na reunião.

De acordo com Rubio, outra ameaça aos EUA são os cartéis de drogas — contra os quais Trump declarou guerra. “Existem grupos narcoterroristas designados operando na região. Alguns deles utilizam espaço aéreo internacional e águas internacionais para transportar veneno para os Estados Unidos. E esses grupos serão confrontados. O presidente deixou isso claro desde o início de sua atuação”, comentou o secretário.

Na última semana, o presidente Donald Trump assinou, secretamente, uma diretiva ao Pentágono para que seja usada força militar norte-americana contra cartéis de drogas latino-americanas. De acordo com o jornal The New York Times, a ordem fornece uma base oficial para a possibilidade de operações militares diretas no mar e em solo estrangeiro contra os cartéis.

Entre os grupos considerados terroristas pelo governo dos EUA na América Latina, estão o Tren de Aragua e o Cartel de los Soles — vinculado ao governo de Nicolás Maduro — , da Venezuela, e o Cartel de Sinaloa, no México.

Em maio, o governo de Donald Trump estudava classificar as facções brasileiras PCC e Comando Vermelho (CV) como organizações terroristas. A tipificação foi negada pelo governo Lula à época.

Centro antiterrorista
Segundo o jornal La Nación, o centro antiterrorista incluirá um complexo militar para abrigar forças especiais com armamento e tecnologia de ponta na região da Tríplice Fronteira.

O Ministro da Defesa do Paraguai, Óscar González, afirmou que serão investidos cerca de 10 bilhões de guaranis (aproximadamente R$ 7 milhões), distribuídos entre construção, equipamentos e logística. O centro abrigará pelo menos 120 militares.

“Esta é uma área geopolítica e estratégica muito importante para o Estado paraguaio. Estamos sempre interessados em fortalecer a presença das Forças Armadas nas áreas de fronteira”, disse o Ministro da Defesa Nacional, Óscar González González.

Em maio, o ministro do Interior do Paraguai, Enrique Riera, havia destacado a “significativa cooperação internacional” na área de segurança e anunciado que o FBI estabelecerá bases de treinamento na região.
METRÓPOLES – Edição: Montedo.com

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