Palestrantes apresentaram ações e debateram a importância de aprimorar a capacidade de resposta às emergências climáticas atuais
Por Segundo-Tenente (RM2-T) Edvane
Como parte da programação do Rio Innovation Week, a maior conferência global de tecnologia e inovação, foi realizado, na quarta-feira (13), o painel “Resposta a desastres naturais”, com o objetivo de discutir como governo, academia e indústria podem aprimorar a atuação diante de eventos climáticos extremos. O debate teve como tema “A tripla hélice como condutora de soluções inovadoras para o enfrentamento de desastres naturais”.
Mediado pela jornalista da TV Globo Mônica Teixeira, o painel contou com as participações do Comandante-Geral do Corpo de Fuzileiros Navais (CFN), Almirante de Esquadra (Fuzileiro Naval) Carlos Chagas Vianna Braga; da Professora Adriana Leiras, coordenadora do laboratório Hands (Humanitarian Assistance and Needs for Disasters) da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio); do Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro/Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Firjan/SENAI), Eric Cardona Romani; dos Chefes de Departamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Rodrigo Hallack e Bruna Pretti; e do Consultor de Projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sérgio Gustavo Silveira da Costa.
Na abertura do painel, a jornalista Mônica Teixeira ressaltou a importância de buscar soluções para lidar com desastres em curso.
“Sabemos que é necessário um esforço imenso, nacional e internacional, que considere acordos e compromissos de governos e lideranças para conduzir o planeta a um estado de maior equilíbrio. Enquanto isso, é preciso lidar com o presente. Como imaginar o Estado do Rio Grande do Sul praticamente inteiro submerso, com cidades completamente inundadas? Isso seria inimaginável, mas ocorreu em 2024”, afirmou.
O Almirante de Esquadra (Fuzileiro Naval) Carlos Chagas Vianna Braga, destacou a atuação da Marinha do Brasil e do CFN no emprego de suas capacidades logísticas em apoio à população brasileira, tendo participado de dez operações distintas nos últimos cinco anos. Durante as enchentes no Estado do Rio Grande do Sul, a Marinha enviou o maior meio da Esquadra, o Navio-Aeródromo Multipropósito (NAM) “Atlântico” — exposto no Rio Innovation Week —, responsável pelo transporte de pessoal e material utilizados em ações de resgate e ajuda humanitária em áreas de difícil acesso, com destaque para os modernos Carros Lagarta Anfíbios.
Em relação ao planejamento de ações, o Almirante ressaltou:
“Estamos trabalhando, com a parceria do BNDES, da academia e da indústria, em uma força de resposta imediata a catástrofes ambientais, pensando no que podemos melhorar com inovação, visando uma reação cada vez mais rápida e eficaz. A catástrofe acontece em qualquer lugar. Assim, uma força capaz de rapidamente ser deslocada e atuar prontamente em todo o território nacional é essencial.”
Anunciou, também, o 1º Campeonato de Drones Militares do Brasil .
“É a primeira vez que nós vamos ter um campeonato de drones militares. Com quatro categorias: manobra de drones, ataque simulado, reconhecimento e vigilância e alerta. Tudo isso pode ser empregado em operações de guerra, operações de defesa e em ajuda humanitária, de resposta a desastres”, concluiu o Almirante.
O Consultor de Projetos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sérgio Gustavo Silveira da Costa, destacou a relevância de espaços de diálogo e convergência entre os atores da Tríplice Hélice (governo, academia e indústria) na geração de conhecimento e inovação.

“É fundamental promover inovações não apenas em equipamentos, metodologias e sistemas, mas também nas ações empreendidas pela sociedade, com a participação conjunta dos diversos grupos interessados”, afirmou.
A Professora Adriana Leiras, coordenadora do centro de estudos Hands ressaltou a importância da equidade no acesso às tecnologias.
“Não é possível pensar em unidade sem considerar transparência, acesso equitativo e privacidade. Em situações de desastre, a conectividade pode estar comprometida; portanto, se o sistema não for interoperável, como os diferentes órgãos poderão atuar de forma conjunta?”, questionou.
O Coordenador de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Firjan/SENAI, Eric Cardona Romani, abordou o papel dos institutos de inovação, a gestão dos processos e a importância da colaboração no ecossistema:
“No SENAI, a gente se baseia muito no Marco Legal da Inovação para criar os nossos processos especializados. Então, é necessário ter um jurídico especializado em inovação, um Núcleo de Inovação Tecnológica, que possa ter esse olhar de quais processos nós precisamos modificar para a gente tornar a inovação mais rápida, mais célere. Então, para a gente do SENAI já é natural essa interação da tripla hélice.”
Por fim, os Chefes de Departamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Rodrigo Hallack e Bruna Pretti, apresentaram as ações de apoio econômico realizadas pela instituição.
“Houve um crescimento do nosso apoio para o Rio Grande Sul. Em 2024, dada essa calamidade, a gente chegou a 39 bilhões de crédito para o estado. Então mais que dobrou o nosso apoio em relação a 2023. E é interessante dizer que, na parte econômica, quando teve o desastre, a expectativa é que teria uma redução muito grande do PIB do estado, mas a gente viu, no fim do ano, com o acordo com o BNDES e outras iniciativas que o PIB do Rio Grande do Sul cresceu mais que a média nacional”, comentou Rodrigo.
Sobre lições aprendidas e expectativas futuras, Bruna complementou:
“Já tivemos aprovação da matriz de tarefas e responsabilidades internamente no banco. Então, essa organização traz para a gente maior capacidade para ter uma resposta mais eficiente na ocorrência de um novo desastre”, ressalta.
Fonte: Agência Marinha de Notícias
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