“Choque emocional”: brasileiro foge do exército na Ucrânia

 

Jovem relata fuga por conta própria após dificuldades de adaptação, pressão psicológica e treinamento reduzido.

O paranaense Lucas Felipe, de 20 anos, que atuava como voluntário na guerra da Ucrânia, abandonou o exército e deixou o país por conta própria. Ele afirma ter chegado ao limite físico e psicológico diante das condições de combate e da falta de perspectivas para uma transferência interna.

“Cheguei a um momento em que não havia mais saída. As missões já estavam praticamente definidas e minha transferência para a área técnica não acontecia. No Brasil também não havia previsão sobre meu retorno. Eu estava no limite e percebi que minhas escolhas estavam se fechando”, disse o rapaz, que é natural de Francisco Beltrão.

Segundo Lucas, a fuga durou cinco dias de tensão e incerteza. “Peguei minha mala e fui, sem ter certeza de nada. Dormi muito pouco, me alimentando apenas com comida de máquina de venda. Cada barreira era um frio na barriga, não sabia se iria conseguir ou ser barrado.”

Ele relatou ainda que a proximidade do front de batalha afetou diretamente seu psicológico. “Nossa casa ficava perto, conseguíamos ouvir explosões, e drones passavam por cima de nós quase todas as noites.”

Outro ponto destacado pelo jovem foi o treinamento considerado insuficiente para enfrentar a guerra. “Meu instrutor dizia que o curso deveria durar pelo menos seis meses, mas recebemos tudo em 21 dias. Depois tentaram comprimir aulas de medicina, ucraniano, comunicação, tática e engenharia em apenas 20 dias. Era muita informação para absorver em tão pouco tempo.”

Atualmente, Lucas está na Europa e busca um emprego para se estabilizar financeiramente. Ele saiu apenas com o salário de três meses do exército e pretende guardar recursos antes de decidir se retornará a Francisco Beltrão.

Jornal de Beltrão – Edição: Montedo.com

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