Moraes abre prazo para militares apresentarem alegações finais na ação sobre tentativa de golpe

 

Réus do núcleo três são acusados de pressionar comandantes das Forças Armadas a aderir a plano golpista

Tiago Angelo, Valor

Brasília – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu prazo para que os integrantes do núcleo três da trama golpista apresentem suas alegações finais. O grupo é formado quase integralmente por militares das Forças Armadas. Eles teriam pressionado comandantes para que eles aderissem à tentativa de golpe de Estado em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

 

Segundo a decisão de Moraes, a Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela denúncia, deve se manifestar em até 15 dias. Depois, os réus também têm 15 dias para enviar suas alegações finais. O julgamento de Bolsonaro, um dos integrantes do núcleo principal da ação, começa na próxima terça-feira (2 de setembro).

Coronel Bernardo Romão Corrêa Neto, dos Kids Pretos do Exército (Reprodução)

O caso é julgado pela Primeira Turma do STF, formada por cinco dos 11 integrantes da Corte. Além de Moraes, integram o colegiado Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

Segundo a denúncia, o núcleo três teria pressionado a cúpula das Forças Armadas a embarcar na trama golpista e colocou em prática ações táticas para consumar o golpe, como o plano que previa a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice Geraldo Alckmin (PSB), e do próprio Moraes. Dos dez réus, nove são militares e um é agente da Polícia Federal.

 

 

Tenente-coronel Ronald Ferreira Araújo Junior — Foto: reprodução

Todos são acusados de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano contra o patrimônio da União e deterioração do patrimônio tombado.

Em sustentações orais apresentadas em maio, as defesas dos acusados não negaram que houve uma tentativa de golpe. A estratégia, em vez disso, foi afirmar que se houve golpismo nas Forças Armadas, nenhum de seus clientes sabia ou participou.

Até o momento, só o núcleo um, do qual Bolsonaro faz parte, apresentou suas alegações finais. O ex-presidente é acusado de liderar a trama golpista. Ele nega a acusação e diz que não tentou um golpe de Estado contra Lula.

O núcleo três é formado por Bernardo Romão Correa Netto (coronel); Estevam Theophilo (general da reserva); Fabrício Moreira de Bastos (coronel); Hélio Ferreira (tenente-coronel); Márcio Nunes de Resende Júnior (coronel); Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel); Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel); Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel); Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros (tenente-coronel); e o policial federal Wladimir Matos Soares.
Valor – Edição: Montedo.com

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