Alívio no Exército: general Tomás deve aprovar compulsória de Mauro Cid; apenas quatro réus por trama golpista ainda estão na ativa

 

Dezesseis militares implicados na trama golpista já pediram reserva

O pedido do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, para ser transferido para a reserva não é o único feito por réus do processo da trama golpista a ser apresentado à cúpula do Exército desde que o caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Dos 20 militares que a Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou como integrantes da tentativa de golpe de estado, 16 pediram para deixar a Força, segundo a jornalista Malu Gaspar, de O Globo.

De acordo com o Exército, porém, todos passaram à reserva por já terem tempo suficiente de serviço. Só Mauro Cid pediu para dar baixa do Exército pela quota compulsória.

Os quatro militares que permanecem na ativa são os coronéis Helio Lima, Rodrigo de Azevedo, Ronald Araújo e Sérgio Cavalieri – todos das chamadas Forças Especiais (FE), cujos integrantes eram conhecidos como kids pretos. Eles integram o terceiro núcleo da denúncia da PGR, o militar, que inclui também outros membros do Exército que não são das FE.

O pedido de Cid produziu alívio no Exército, onde a atitude foi entendida como estratégia da defesa para tentar reduzir a resistência do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que é contra a pena de no máximo dois anos proposta no acordo entre o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro e a Polícia Federal (PF).

Pelo Estatuto dos Militares, oficiais sentenciados a mais de dois anos de prisão estão sujeitos à perda de patente e a serem declarados indignos da Força. Passando para a reserva, Cid não só poupa a cúpula militar de um desgaste com o setor mais radical do Exército, como também abre espaço para a nomeação de um novo coronel para a ativa.

Segundo apuração de Malu Gaspar, o comandante do Exército, general Tomás, deve autorizar o pedido de Cid, que abrirá caminho para a antecipação da aposentadoria. O ex-ajudante de ordens já tinha os critérios para ascender à patente de coronel, mas teve a promoção vetada pelo Exército no ano passado por conta das investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e também pelo fato de estar sem função.

Mauro Cid deve aposentar-se com um patamar próximo dos 100% de seus proventos atuais com base no tempo de serviço, mas terá de deixar o PNR no Setor Militar Urbano, em Brasília, onde vive e tem acompanhado o julgamento. Com Malu Gaspar (O Globo)

O post Alívio no Exército: general Tomás deve aprovar compulsória de Mauro Cid; apenas quatro réus por trama golpista ainda estão na ativa apareceu primeiro em Montedo.com.br.