Durante o desfile do Dia V, em 3 de setembro, a China apresentou pela primeira vez o KJ-600, aeronave embarcada de alerta antecipado (AEW&C), marcando um avanço estratégico para sua aviação naval. O avião participou da formação de voo ao lado do caça J-15T, simbolizando a consolidação de capacidades expedicionárias do Exército de Libertação Popular.
O KJ-600 é apontado como a “peça final do quebra-cabeça” para dotar os grupos de porta-aviões chineses de plena autonomia operacional. O modelo oferece sensores de longo alcance e maior autonomia de voo, permitindo vigilância sobre alvos de baixa altitude e superando as limitações dos helicópteros de alerta antecipado. Com isso, garante consciência situacional ampliada e operações de comando aerotransportado, além de apoiar missões ofensivas em regiões distantes da cobertura de radares terrestres.
Até então, a detecção antecipada era desempenhada principalmente por destróieres, fragatas e helicópteros — todos limitados pela curvatura da Terra e pela altura reduzida de seus sensores. A introdução do KJ-600 consolida um salto qualitativo nas operações aéreas embarcadas da Marinha chinesa.

Comparativo técnico: KJ-600 vs. E-2 Hawkeye
Ao analisar a configuração do KJ-600, observa-se uma semelhança evidente com o Northrop Grumman E-2 Hawkeye norte-americano: fuselagem de asa alta, dupla turbopropulsão, cauda com quatro estabilizadores verticais e rotodome sobre a fuselagem.
Essa proximidade visual pode levar à hipótese de engenharia reversa, mas a avaliação mais consistente indica tratar-se de um caso de “forma segue a função”. A adoção de arquitetura semelhante não é inédita — a União Soviética já havia concebido o Yak-44 na Guerra Fria, cancelado antes de entrar em serviço.
Há, contudo, diferenças técnicas importantes: motores, entradas de ar, ergonomia da cabine e aerodinâmica da cauda. Além disso, o KJ-600 incorpora soluções próprias da indústria chinesa, como o turboprop WJ-6C e a provável integração de radar AESA de nova geração.
A estreia do KJ-600 marca um novo patamar para a aviação naval chinesa. O modelo coloca a Marinha do EPL em linha com práticas de potências navais consolidadas, que utilizam aeronaves de asa fixa embarcadas como multiplicadores de força. Embora a silhueta remeta diretamente ao E-2 Hawkeye, a análise indica que o programa chinês resulta menos de cópia e mais da convergência técnica para uma solução comprovadamente eficaz.
Comparativo técnico: KJ-600 vs. E-2 Hawkeye

O KJ-600 apresenta uma configuração externa muito similar à do Northrop Grumman E-2 Hawkeye, com fuselagem de asa alta, dupla turbopropulsão, cauda com quatro estabilizadores verticais e rotodome sobre a fuselagem.
Embora as semelhanças sejam evidentes, especialistas apontam que essa convergência provavelmente se deve ao princípio de “forma segue a função”, ou seja, uma escolha pragmática de arquitetura eficaz, e não necessariamente um caso de engenharia reversa. O mesmo padrão apareceu na União Soviética com o projeto Yak-44, cancelado na era da Guerra Fria
Ampliando a discussão:
- H. I. Sutton (Forbes) afirmou que, embora o layout seja quase idêntico ao do Hawkeye, o KJ-600 não deve ser tratado apenas como uma simples cópia. Em termos de radar e enlace de dados, ele pode competir com o E-2D tecnologicamente.
- O Diplomat reforça que a semelhança é pragmática, reflexo de um caminho de desenvolvimento baseado nas limitações e capacidades disponíveis da indústria chinesa, como o motor turboprop WJ-6C.
No âmbito mais técnico, fontes chinesas observam diferenças visíveis no formato das caudas, motores (seis hélices no KJ-600 vs oito no E-2), entrada de ar e ergonomia da cabine, indicando que o projeto é autônomo, e não uma reprodução direta.
O post KJ-600: Estreia fortalece aviação naval chinesa — e espelha, com diferenças, o E-2 Hawkeye apareceu primeiro em DefesaNet.