STM decide que tem competência para julgar coronel suspeito de liderar caça-comunistas

O coronel aposentado do Exército Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas foi apontado pela polícia como líder de uma organização criminosa
Samara Schwingel
O Superior Tribunal Militar (STM) decidiu, por unanimidade, que tem competência para julgar o caso do coronel aposentado do Exército Brasileiro Etevaldo Luiz Caçadini de Vargas, apontado pela polícia como um dos líderes e financiadores de uma organização criminosa especializada em homicídios por encomenda e espionagem ilegal. A decisão da Corte foi contra uma determinação monocrática do juiz federal da Justiça Militar Péricles Aurélio Lima que havia, liminarmente, declinado a competência do caso ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Os investigadores apontaram que o coronel aposentado liderava o grupo que se autodenominava “Comando C4”, Comando de Caça a Comunistas, Corruptos e Criminosos. O grupo foi alvo da Polícia Federal em maio.

Assassinos de aluguel cobravam R$ 250 mil para espionar ministros do STF
Em junho, o juiz militar, ao declinar o caso ao STF, entendeu que Caçadini tinha relação com os atos de 8 de Janeiro. A defesa do coronel recorreu. Em decisão publicada nesta terça-feira (9/9), o ministro relator do recurso no STM, Odilson Sampaio, entendeu que não há provas de que Caçadini tenha relação com o ocorrido em 8 de Janeiro.

“Fica claro nos autos que não há qualquer conexão entre a conduta desse infrator – que, pelo visto, só praticou crimes militares contra a Força e contra seus superiores – com o movimento golpista apurado pelo STF, haja vista que os atos perpetrados pelo Oficial da Reserva ocorreram depois da fatídica data acima e, consequentemente, sequer figurou como indiciado naquelas investigações”, escreveu.

Odilson frisou que Caçadini tinha “o claro intuito de incitar a desobediência e a indisciplina militar”. Assim, manteve o coronel aposentado como réu por crime de incitamento, crime de Ofensas às Forças Armadas, e crime de difamação.

Caça-comunistas
Segundo o apurado durante a 7ª fase da Operação Sisamnes, que investiga o assassinato do advogado Roberto Zampieri, morto a tiros em dezembro de 2023, em Cuiabá (MT), o grupo chegou a cobrar até R$ 250 mil pelo monitoramento clandestino de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com a PF, o Comando C4 mantinha uma tabela de preços para serviços de espionagem e homicídios: R$ 250 mil para monitoramento de ministros do STF, R$ 150 mil para senadores — faixa na qual Pacheco se enquadrava — e R$ 100 mil para deputados federais.
GRANDEANGULAR(Metrópoles)

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