Por Rafael Paixão
Brasília (DF) – Com número recorde de participantes, foi aberto nesta segunda-feira (15) o Exercício Guardião Cibernético, conduzido pelo Ministério da Defesa e coordenado pelo Comando de Defesa Cibernética (ComDCiber), do Exército. Em sua sétima edição, o treinamento reúne 169 organizações e cerca de 750 participantes de 20 países. Também estão previstas atividades on-line com a participação de aproximadamente mil pessoas.
O treinamento, que irá até o dia 19 na Escola Superior de Defesa (ESD), em Brasília (DF), tem como objetivo fortalecer o preparo das Forças Armadas e das instituições participantes na segurança nacional e na proteção de infraestruturas críticas, aprimorando as capacidades de defesa do Brasil. A iniciativa envolve áreas estratégicas, como energia, transporte, recursos hídricos, comunicações, biossegurança e setor financeiro.
O Comandante de Defesa Cibernética, General de Divisão Ivan de Sousa Corrêa Filho, destacou que a Estratégia Nacional de Defesa e o Plano Nacional de Segurança de Infraestruturas Críticas (Plansic) atribuem ao Ministério da Defesa a tarefa de auxiliar na resiliência das infraestruturas críticas nacionais.
Resiliência tecnológica é a capacidade de um sistema de TI (Tecnologia de Informação) ou infraestrutura digital de prevenir, detectar, responder e se recuperar de interrupções, como ciberataques, falhas de hardware, desastres naturais ou erros humanos, garantindo a continuidade das operações.
“O exercício ataca essa missão em várias vertentes e pólos diferentes. Uma parte é voltada para a direção das empresas, que é muito importante. A gente coloca a direção das empresas numa situação difícil, num problema simulado. Com isso, fazemos eles sentirem na pele um problema que, por enquanto, não sentiram. Muitas vezes eles não sabem que tem esse problema”, afirmou Corrêa Filho.
Outro exercício é uma simulação virtual voltada às equipes técnicas das empresas, com o objetivo de melhorar os ativos de TI e TO (Tecnologia Operacional). Por fim, há uma simulação de um problema maior, que deixou de atingir apenas uma empresa e passou a oferecer riscos ao país, como ataques a empresas de água, energia e telecomunicações e do sistema financeiro.

O chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia (DCT) do Exército, General de Exército Hertz Pires do Nascimento, apontou que o Guardião Cibernético é uma “excelente ferramenta de integração do Ministério da Defesa com empresas e organizações que participam de uma atividade extremamente técnica que vem crescendo de importância muito para a segurança dos ativos de todas as nações”. Segundo ele, o Brasil está ganhando uma expertise muito forte na área e tem um grande potencial para exportar tecnologia desse setor.
No encerramento da abertura, o professor Guilherme Neves, pesquisador do Instituto Militar de Engenharia (IME), fez uma palestra sobre a importância da segurança cibernética nas infraestruturas críticas do país.
Estiveram presentes na abertura do evento, entre outras autoridades, o vice-chefe do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, General de Divisão Alexandre de Almeida Porto, e a comandante e reitora da ESD, Major-Brigadeiro Carla Lyrio Martins.
Fotos: Érico Alves
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