O ministro da Casal Civil, Rui Costa, afirmou nesta 5ª feira (31.out.2024) que o crime organizado no Brasil está tomando um “contorno” na economia, cursos de formação de militares e financiamento de campanhas eleitorais. A declaração foi dada em reunião com governadores no Palácio do Planalto para discutir a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública.
“Estamos falando de uma organização criminosa que muito bem definiu o secretário nacional de Segurança Pública, em uma entrevista no fim de semana, que ganha contornos rápidos de organização mafiosa no Brasil, já que eles estão não só no crime, mas migrando para a economia real, estão dando cursos de formação para concursos de Polícia Militar, Civil, estão participando do financiamento das campanhas eleitorais. Está sendo tomado um contorno de organização mafiosa no Brasil”, disse Costa.
GOVERNADORES ÀS ESCURAS
O texto que define a PEC não foi passado para os 26 governadores com antecedência, segundo afirmou o governador Ceará, Elmano de Freitas (PT). É apresentado nesta 5ª feira (31.out) por Lula e pela equipe do Ministério da Justiça e Segurança Pública, comandado pelo chefe do órgão, Ricardo Lewandowski.
Elmano, que é aliado de Lula, confirmou que não conhece o conteúdo do texto que será apresentado.
A proposta é uma das principais bandeiras de Lewandowski, que defende o fortalecimento da União quanto à coordenação das políticas de segurança no Brasil.
Durante o Fórum Internacional do Grupo Esfera, em outubro, Lewandovski disse que a criminalidade não é mais local e que a escalada das organizações criminosas no Brasil se equipara a “conflitos bélicos regionais e ao aquecimento global”.
“A União tem hoje uma polícia judiciária, mas não tem uma polícia ostensiva. Precisamos ter um fundo de segurança pública, assim como tem para saúde e educação. O fundo não pode ser contingenciado. Precisamos ter recursos permanentes que possam alimentar esses 3 níveis federativos de segurança”, afirmou Lewandowski.